quinta-feira, 24 de março de 2011

Gente do outro lado do mundo

Conhecer outras culturas hoje torna-se muito importante.Aqui segue algumas sugestões de filmes, desenhos e livros.

A VIAGEM DE CHIRIRO. Direção de Hayao Miyzaki, Japão: Europa filmes, 2005 (122) min. O filme relata a aventura  de Chirriro, uma menina que precisa salvar seus pais de uma estranha maldição: os dos foram transformados em porcos quando a familia perdeu-se em um caminho mágico durante uma viagem de mudança.

Carta Argumentativa

Carta Argumentativa

Com o advento da internet e dos recursos tecnológicos de uma maneira geral, a forma decomunicação entre as pessoas mudou consideravelmente. Antigamente, era muito usual utilizar-se de cartas, telegramas, cartões postais para se comunicar com pessoas que ora encontravam-se distantes. 
Atualmente existe e-mail, MSN, ORKUT, e tantos outros que possibilitam a comunicação em tempo real. Entretanto, a carta argumentativa ainda continua sendo um veículo de comunicação muito importante e muito requisitado nos concursos e provas de vestibulares. 
Para entendermos sobre a sua parte estrutural, é importante lembrarmos que, como o próprio diz, nos lembra a questão de exposição de ideias, ou seja, o emissor deve persuadir o interlocutor através do seu ponto de vista sobre determinado assunto. E logo, a linguagem deverá ser clara, coesa e objetiva. 
A única diferença é que na carta há uma interlocução explícita, ou seja, ela é destinada a um ou mais destinatários de forma específica. 
O grau de formalidade dependerá do nível de intimidade estabelecido entre os interlocutores. 
Para entendermos melhor esse processo é necessário fazer a distinção entre uma carta destinada ao prefeito de sua cidade requisitando melhorias no setor de pavimentação das ruas, e uma ao presidente de seu bairro, sugerindo melhoria na qualidade do som durante as reuniões. 
Neste caso, fica evidente o grau de formalismo. 

 Local e data
-  Identificação do destinatário, ou seja, a pessoa a quem será destinada
-  Vocativo - Poderão ser usados pronomes de tratamento específicos, dependendo do grau de convivência entre os interlocutores
-  Corpo do texto - A carta propriamente dita
-  A despedida - Esta poderá ser formal ou não
 -  Assinatura - O nome da pessoa que a redigiu 

carta argumentativa em uma crônica de Moacyr Scliar:
PREZADOS SENHORES: uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.
Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores.
 Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.
 Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm idéia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.
 Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa. 
Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante.
 Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.
(Moacyr Scliar, cronista da  Folha de S. Paulo, 14/8/20000)





Outra questão muito importante é que este tipo de texto é um dos mais requisitados em concursos públicos, provas de vestibulares e exames do Enem. Mas agora que houve uma maior interação sobre as suas particularidades, é só colocá-las em prática e aguardar o excelente resultado.


Proposta de Redação Unicamp 2005, a partir da qual você deve elaborar sua Carta seguindo as instruções do documento.
ORIENTAÇÃO GERAL: LEIA ATENTAMENTE.

*       Tema: 
O tema da prova de redação é o Rádio.
*       Coletânea:
É um conjunto de textos de natureza diversa que serve de subsídio para a sua redação. Sugerimos que você leia toda a coletânea para depois selecionar os elementos que julgar pertinentes à elaboração da proposta escolhida. Um bom aproveitamento da coletânea não significa referência a todos os textos. Esperamos, isso sim, que os elementos selecionados sejam articulados com a sua experiência de leitura e reflexão. Se desejar, você pode valer-se também de elementos presentes nos enunciados das questões da prova. ATENÇÃO: a coletânea é única e válida para as três propostas.
*       Proposta:
Escolha uma das três propostas para a redação (dissertação, narração ou carta) e assinale sua escolha no alto da página de resposta. Cada proposta faz um recorte do tema da prova de redação (o Rádio), que deve ser trabalhado de acordo com as instruções específicas.
*       ATENÇÃO – Sua redação será anulada se você:
a) fugir ao  recorte do tema na proposta escolhida; b) desconsiderar a coletânea; c) não atender ao  tipo de texto da proposta escolhida
APRESENTAÇÃO DA COLETÂNEA
O rádio demonstra constantemente sua condição de veículo indispensável no cotidiano das pessoas, ao contrário do que muitos podem pensar, quando o consideram um meio de difusão ultrapassado. Desde sua invenção, na passagem para o século XX, época em que era conhecido como “telégrafo sem fio”, o papel que exerce na sociedade vem se reafirmando. Nem o advento da televisão, nem o da Internet, determinou o seu fim. Por isso, o rádio é um objeto de reflexão instigante. 
COLETÂNEA
1. A primeira transmissão de rádio realizada no Brasil ocorreu no dia 07 de setembro de 1922, na cerimônia de abertura do Centenário da Independência, na Esplanada do Castelo. Foi um grande acontecimento. O público ouviu o pronunciamento do presidente da República, Epitácio Pessoa, a ópera  O Guarani, de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal, além de conferências e diversas atrações. Muitas pessoas ficaram impressionadas, pensando que se tratava de algo sobrenatural. (...) Os primeiros a utilizar o rádio na publicidade foram grandes empresas, como Philips, Gessy e Bayer, que patrocinavam programas de auditório e radionovelas. Na política, o rádio também exerceu enorme influência: a propaganda eleitoral, pronunciamentos do presidente e a  Hora do Brasil faziam parte da programação e alcançavam milhares de ouvintes. A partir de 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o rádio se transformou em um importante veículo para difundir fatos diários e notícias do front. Surgia o radiojornalismo, sendo o Repórter Esso marco dessa época. (Adaptado de “Rádio no Brasil”, em www.sunrise.com.br/amoradio, 29 de agosto de 2004).
2. Ligada à política de integração nacional do governo Getúlio Vargas, em 1935 era criada a Hora do Brasil, programa obrigatório de notícias oficiais. O programa existe até hoje, de segunda a sexta-feira, com o nome de A Voz do Brasil. A partir dos anos 90, sua obrigatoriedade tem sido contestada por várias emissoras e algumas têm conseguido, por medidas judiciais, não transmiti-lo ou, ao menos, não no horário das 19h00 às 20h00. (Adaptado de Gisela Swetlana Ortriwano, “Radiojornalismo no Brasil: fragmentos de história”, Revista USP, n. 56, dez.jan.fev. 2002/2003, p. 71)

3. Ao Pequeno Aparelho de Rádio
Você, pequena caixa que trouxe comigo
Cuidando que suas válvulas não quebrassem
Ao correr do barco ao trem, do trem ao abrigo
Para ouvir o que meus inimigos falassem
Junto a meu leito, para minha dor atroz
No fim da noite, de manhã bem cedo,
Lembrando as suas vitórias e o medo:
Prometa jamais perder a voz!
                                                (1938-1941) (Bertold Brecht,  Poemas 1913-1956. Seleção e tradução Paulo César de Souza. São Paulo: Ed. 34, 2000, p. 272).


4. Eu ouvia o rádio com avidez de quem gosta muito dele. Outras pessoas ouviam-no comigo. Mas ... quem ouvia a minha rádio? Ainda não tinha sido inventado o transistor, essa maravilha da tecnologia que em certo sentido revitalizou a vida do rádio depois do advento da televisão. Rádio a pilha ainda não existia. Só os de imensas e custosas baterias ou então os que eram movidos a geradores acoplados, ou mesmo movidos a acumuladores de autos em geral. (Flávio Araújo, O rádio, o futebol e a vida. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2001, p. 37).

5. A Internet como meio de comunicação prevê a coexistência e complementaridade de diversas mídias. O rádio da
Internet já nasce buscando em outros meios recursos que possam ser agregados à mensagem radiofônica. Isso significa a possibilidade de criação de produtos radiofônicos numa seqüência particular para cada ouvinte, inclusive com a opção de suprimir trechos ou escolher entre dois enfoques de interesse. Essa possibilidade oferecida pela Internet atua fortemente sobre o rádio e sobre uma de suas principais características como meio de comunicação: a instantaneidade. Em relação ainda ao público, a capacidade de agregar audiências de regiões antes inacessíveis possibilita a existência e sobrevivência de projetos voltados a determinados segmentos de público, que podem ser pequenos localmente mas não globalmente.
(Adaptado de Lígia Maria Trigo-de-Souza, “Rádios.internet.br: o rádio que caiu na rede...”,  Revista USP,  n. 56, 
dez.jan.fev. 2002/2003, p. 94-5).


6. Rumo Oeste
O rádio no carro canta pelas cidades.
Já sei onde está a melhor garapa
de Araras, o melhor algodão em Leme.
Em Pirassununga o hábito do Ângelus
ainda veste de santa qualquer tarde.
O locutor e seu melhor emplastro
para curar no peito aquela velha aflição.
Todas as rádios abrem para o mundo 
o coração do largo e um recado de Ester:
esta canção vai para W.J.
que ainda não esqueci.

O céu de todas as rádios
se estende para a capital:
o que se dança
em New York direto para São Simão.
Para você, Lucinha, mexer o que Deus lhe deu.

A velha teia das cidades
enleia agora as estrelas.
ao som da sétima badalada
do coração da Matriz
desligue o rádio! e respire
de passagem tudo o que fica:
são ondas soltas no ar.
(Alcides Villaça, Viagem de Trem. São Paulo: Duas Cidades, 1988, p.


7. Para aqueles que pensam em mídia globalizada no Brasil, basta uma viagem exploratória pelas cidades de interior para perceber que a história não é bem assim. Existem lugares em que as pessoas ainda se comunicam com recados afixados em árvores da Praça Central. Não acredita? Pois o maior grupo de cutelaria do Brasil escolheu o rádio como forma de alcançar seu público alvo. O objetivo é divulgar a marca de ferramentas e equipamentos, cuja distribuição é pulverizada em milhares de pequenos pontos-de-venda e cooperativas, através de programações especiais. (Adaptado de “Ao pé do rádio”,
Revista Grandes Idéias de Marketing, n. 46, junho de 2000).



8. Navegando pelo site www.radiolivre.org encontramos informações sobre duas novas rádios: 
  “Estão abertas as inscrições para a rádio Interferência. O prazo vai até 20 de agosto. A rádio interferência é um coletivo horizontal e heterogêneo que busca possibilitar a comunicação de uma forma aberta, sem controle ou reivindicações. É uma rádio livre. Um espaço onde não há patrulhas estéticas ou ideológicas. Um lugar onde todos os discursos podem existir. É uma forma diferente de ver o mundo e que tenta ser alternativa aos grandes meios de comunicação e às tentativas de se construir um discurso contra-hegemônico baseadas no pensamento único e na representação. Um grupo onde todos têm autonomia, mas onde, ao mesmo tempo, há uma construção coletiva”. (17 de agosto de 2004).  “Rádio Uhmmmmm... Agora pode ser conectada em grande parte da área central de Porto Alegre, na freqüência 105,7 FM, a mais nova rádio livre da cidade. Informando, debatendo, confundindo e questionando pelas ondas de rádio. Ainda em fase experimental, a rádio Uhmmmm... é tocada no maior amadorismo, mas com muita paixão e convicção de que o acesso a informações diferenciadas realmente faz a diferença”. (6 de junho de 2004).

9. As manifestações da presença do rádio como elemento de construção da história individual se dão de diversas maneiras. Vinculações são estabelecidas através de identificações com tipos de programas em que estão presentes o musical, o jornalístico, a publicidade. Da escuta radiofônica guardam-se recordações que acabam sendo recriadas, repetidas, reconfiguradas com o passar dos anos. (Adaptado de Graziela Soares Bianchi, “A participação do rádio nas construções e sentidos do rural vivido e midiatizado”,  em www.bocc.ubi.pt, 15 de agosto de 2004).


PROPOSTA C
Trabalhe sua carta a partir do seguinte recorte temático:
Atendendo aos vários segmentos do público em diferentes horários, as emissoras de rádio definem sua programação
em torno de um leque variado de opções: programas de música, esportes, informação, religião, etc. Programas que um dia fizeram muito sucesso já não existem mais, como a rádio-novela e os programas de auditório.
Instruções:
• Imagine um programa de rádio que, em sua opinião, deva sair do ar;
• Argumente pela retirada desse programa da grade de programação;
• Dirija a carta a um interlocutor que possa interferir nessa decisão.


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