domingo, 12 de junho de 2011

Artes

História da Arte - II unidade - 1º ano


A arte na Pré-História
Consideramos como arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram antes do surgimento das primeiras civilizações e portanto antes da escrita. No entanto isso pressupõe uma grande variedade de produção, por povos diferentes, em locais diferentes, mas com algumas características comuns.

A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Cabe lembrar que as cenas de caça representadas em cavernas não descreviam uma situação vivida pelo grupo, mas possuía um caráter mágico, preparando o grupo para essa tarefa que lhes garantiria a sobrevivência.

As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente de 25000a.C., portanto no período paleolítico. Na França encontramos o maior número de obras pré históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho

Arquitetura


Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou fabricados

com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras as construções que serviam de habitação.

Essa pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca.


Esses monumentos de pedras foram denominados "megalíticos" e podem ser classificados de: dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba; menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires e dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na Inglaterra.



Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualisticas.

Escultura

A escultura foi responsável pela elaboração tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas, principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade;

Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de pedra pontiaguda.

Durante o período neolítico europeu (5000aC - 3000dC) os grupos humanos já dominavam o fogo e passou a produção de peças de cerâmica, normalmente vasos, decorados com motivos geométricos em sua superfície; somente na idade do bronze a produção da cerâmica alcançou grande desenvolvimento, devido a utilização na armazenagem de água e alimentos

Pintura

As principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no interior de cavernas, em paredes de pedra e a princípio retratavam cenas envolvendo principalmente animais, homens e mulheres e caçadas, existindo ainda a pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é considerada portanto como naturalista.

No período neolítico a pintura é utilizada como elemento decorativo e retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos, como espátulas.

Por volta de 2000aC as características da pintura a apresentavam um nível próximo à de formas escritas, preservando porém seu caráter mágico ou religiosos, celebrando a fecundidade ou os objetos de adoração (totens).

 

A Cultura na Pré-história



O homem pré-histórico legou-nos interessantes testemunhos da sua cultura, através de gigantescos monumentos de pedra e pinturas em cavernas.
Os monumentos de pedra parecem ter significado religioso, legando-se ao culto dos mortos. São de dois tipos, conhecidos pelo nome de 
menirs (pedra comprida, em língua bretã) e dolmens ( mesa de pedra, também em língua bretã).

dolmens

O homem da Pré-história criou ritos mágicos para auxiliá-lo a vencer a natureza e o medo do desconhecido. Esses ritos buscavam favorecer a caça, trazer chuva, estações propícias, fartura de alimentos. Foram os ritos mágicos favorecedores da caça que provavelmente deram início às primeiras manifestações artísticas, desenhadas e pintadas nas paredes e no teto de cavernas, com carvão, tintas minerais e vegetais, representando animais como o mamute, o touro, o javali, à rena e o cavalo.
Lascaux, pintura rupestre

Apareceram também estatuetas, sobretudo imagens femininas, representativas da fecundidade,
da natureza fértil; gravura em pedra, osso, marfim; cerâmicas pintadas ou decoradas com motivos geométricos.
Vénus de Willendorf

Na Idade dos metais multiplicaram-se os desenhos geométricos no artesanato, aperfeiçoou-se a representação das figuras humanas e animais. Em certas regiões do Oriente Médio construíram-se templos em homenagem a várias divindades; e, também no Oriente, nasceu, sobre placas de argila, a escrita pictográfica
. 


 

Pinturas nas cavernas




Nas cavernas, artistas retratam a vida (c. 20.000 a.C. - Europa): Foi provavelmente antes da atual glaciação que as pessoas começaram a fazer representações artificiais do mundo em que viviam. Mas as primeiras tradições artísticas surgiram somente ao longo dos últimos 20 mil anos. Agora, aspectos essenciais da vida são retratados com uma habilidade e um realismo antes desconhecidos. 

Figuras e Símbolos
 

Parte do avanço artístico consiste no fato de que essses artistas estão começando a avaliar seu ambiente e a observar cuidadosamente seus detalhes físicos. Em outras palavras, o trabalho deles pode ser tanto simbólico quanto figurativo. Trabalhando à luz de lamparinas, nas profundezas dos sistemas de cavernas, eles pintam símbolos misteriosos e também imagens naturalistas de um cenário que inclui mamutes, renas, bisões e outros animais que encontram diariamente. De fato, talvez eles acreditem na pintura de animais como uma espécie de magia para aumentar a probabilidade de uma caça bem-sucedida, possivelmente porque o gélido clima está tornando a vida cada vez mais difícil para os habitantes da cavernas.
 

Luz e Cor
 

A decoração de cavernas começou a ser feita regularmente há uns 10 mil anos. Entre os pigmentos disponíveis para os artistas das cavernas estão o amarelo, o vermelho e o preto, fabricados de minérios como hematita em pó, fosfato de cálcio e dióxido de manganês, alguns deles recolhidos a distâncias de até 50 quilômetros das cavernas. Grandes animais de caça, como mamutes lanosos, cavalos, bisões, veados e bois selvagens constituem os temas habituais desses pintores, embora leões e até peixes também, às vezes, sejam retratados. Embora os artistas mostram-se capazes de pintar, entalhar e mesmo esculpir figuras humanas e de animais, imagens de pessoas são notavelmente raras. Quando existem, são quase sempre mulheres.
 

Estatuetas
 

São particulamente comuns certas estatuetas de osso ou de marfim, conhecidas pelo nome genérico de Vênus, porque se supõe que possam ser símbolos de fertilidade. Freqüentemente desprovidas de rostos, elas constituem representações estilizadas da forma feminina, com seios e nádegas extremamente exagerados.




VALE DO CATIMBAU


O Parque Nacional do Catimbau localizado no agreste de Pernambuco é considerado o segundo maior parque do estado, com uma área de 62.000 hectares. Possui mais de uma centena de sítios arqueológicos, nos quais foram encontradas pinturas rupestres com mais de 6.000 anos e artefatos da ocupação pré-histórica.
Na região podemos encontrar terrenos antigos com cavernas, cânions e lapiais, que são formações multicoloridas e que foram esculpidas pela ação dos ventos e chuvas sobre as paredes areníticas.

Aspectos culturais e históricos
Tem como atrativo principal o Vale do Catimbau, cuja área impressiona por sua beleza, primitivismo e formações geológicas. Exibindo estas, verdadeiras obras de arte esculpidas por processos erosivos, desencadeados por chuva e vento.

Aspectos naturais: Apresenta uma grande diversidade no relevo.
A vegetação é típica do bioma Caatinga, apresentando elevada riqueza de espécies vegetais e uma grande variedade de formações fitofisionômicas.
A fauna possui uma enorme variedade de espécies animais. Na sua grande maioria representadas, cada uma, por um pequeno número de indivíduos (preponderância de raridades).

Clima: O clima predominante na região é o semi-árido do estado do Pernambuco, na zona de transição entre o agreste e o sertão. Geralmente, cerca de 60 a 75% das chuvas ocorrem no período de março/abril até junho/julho. O menor período de chuva vai de setembro a janeiro, sendo outubro o mês mais seco.

Atrações: Existem grandes atrações no Parque do Catimbau, dentre elas podemos destacar a abundância de inscrições rupestres e a grande beleza cênica dos paredões de arenito e das formações rochosas esculpidas pela ação erosiva do vento. A ocorrência de numerosos sítios de pinturas e gravuras rupestres localizados, principalmente, nos abrigos rochosos das serras são realmente imperdíveis. Tratam-se de pinturas realizadas em épocas pré-históricas, que apresentam uma grande heterogeneidade gráfica, com características que as identificam como pertencentes à classe de registros rupestres conhecidos como Tradição Nordeste e Tradição Agreste, bem como a outras classes ainda pouco definidas.


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ATIVIDADES 1    TINTAS NATURAIS

É possível fazer muitas cores utilizando elementos da natureza. É uma atividade divertida para se fazer. Primeiro crias a tinta, depois crias a obra de arte!
Tinta de legumes e/ou verduras
Ingredientes: água e pedaços de beterraba ou couve
Modo de preparação: Bata no liquidificador o legume ou a verdura com pouca água. Não é necessário coar.
Variações: Para obter uma massa mole, acrescente farinha de trigo e óleo.
Para conseguir efeito aguarela, acrescente água. Ainda é possível engrossar a tinta. Coloque tudo numa panela, acrescente amido de milho ou farinha de trigo à mistura e cozinhe até ficar com aparência de papa. Poderá ser usada quando estiver fria ou morna.

Tinta de terra
Ingredientes: água, terra (preta, vermelha ou marrom), cola branca
Modo de preparação: Num recipiente, amoleça a terra com pouca água e acrescente a cola. A massa deve ficar com aparência de papa.
Variações: Adicione serragem ou pó de serra para adquirir textura.

ATIVIDADES 2 = OFICINA: PAPEL MACHÊ Atividade: Trabalhando com Papel Machê Papel Artesanal
Objetivos: - Motivar a necessidade de economizar matéria prima. Trabalhar a percepção ambiental, sensibilidade, criatividade. 
- O trabalho com as mãos desenvolve habilidade motora e paciência.
Material: 
1 liquidificador
Papel e água 
Balde e Bacia
Peneira reta
Jornal 
Pano 
Varal
Polvilho
Formas de acrílico
Experimentação:
Preparando a polpa

1) Bater no liquidificador por cerca de 10 segundos o papel que estava de molho.
2) Coar na peneira, tirando o excesso de água
OBS.: Para fazer objetos que exigem detalhes, coloca-se cola ou grude até chegar ao ponto de conseguir fazer bolinha com facilidade.
3) Construção de folha de papel, caqueiros, miolo das flores. Discussão Coletiva:
Os alunos devem discutir e concluir sobre a importância de reciclar o papel.
Devem também discutir a facilidade ou dificuldade de preparar.
Registro das conclusões.
Produção de textos 
Criação do convite para o recital de poesia e confecção. 





HISTORIA DA DANÇA

A dança é uma das mais antigas formas de arte, retratada até mesmo em pinturas das cavernas pré-históricas.
Dançavam para se exprimir, comemorar ou como ritual, não se sabe, mas algumas figuras pintadas sugerem os mesmos movimentos que hoje vemos como em pistas de danças.
Tudo começou com as primitivas sociedades tribais. Para aquela gente, a dança era uma atividade comum e todos dela participavam.
Mas as  danças e ritmos eram puros e simples, mas fortes, assim como as emoções exprimidas. Aqueles dançarinos nos deram o nosso primeiro tambor – um tronco oco, batido com pau, para manter todos se movendo juntos.
As danças primitivas eram dançadas principalmente, como ritual, e se constituíam em acontecimentos freqüentes.
A sociedade tribal dançava para comemorar a colheita, para adorar os deuses, para pedir sol ou chuva, para aumentar a fertilidade ou apressar as curas, em resumo para expressar seus sentimentos e reações a cada setor da vida humana.

EXEMPLOS DE DANÇAS PRIMITIVAS

Danças de Fecundidade: Ligadas à agricultura, com imitações de raios, ventos, relâmpago, estiveram inicialmente relacionadas às mulheres. Só se desenvolveram na agricultura quando o homem assumiu o trabalho no campo. Alguns outros exemplos dessas danças são as danças de brincadeiras, danças de beijos, danças fálicas, danças matrimoniais, danças de nudez, danças de sapato sobre plataformas de madeira, danças de iniciação.
Também xamânicas, são executadas pelo feiticeiro para atrair forças da natureza para o cultivo da terra.
A maypole, apresentada como Dança do Pau de Fita no ballet La Fille Mal Gardée, é uma dança de fertilidade, em que o mastro é, na verdade, um síbolo fálico e pagão. As danças de fertilidade evidenciam um alto grau de erotismo.
Foto: maypole
Danças Fúnebres: Nas culturas extrovertidas, podem significar uma trama da vida diante do poder e da morte. A máscara é um acessório importante dessas danças porque imita o aspecto e os movimentos de alguém que tenha morrido, imaginando ser esse o primeiro passo para se apossar do espírito dessa pessoa. Curiosamente, a dança fúnebre apresenta um aspecto alegre, quando nas cerimônias de casamento é associada à ressurreição. A Bela Adormecida, ao receber um beijo e ressucitar para a vida transforma a mórbida cerimônia fúnebre numa animada celebração. O mito da morte e do despertar da natureza é tema também das danças de ressurreição; o motivo que as move é defender-se da morte atavés da dança.

São, em geral, executadas em círculos, tendo ao centro a figura do xamã, um animal, uma mesa com alimentos ou outros símbolos. Seja no sentido de proteger os mortos ou vivos contra espíritos hostis, ou tentando constituir-se numa dança que posibilite à alma do morto um encontro com os antepassados, as danças fúnebres têm o propósito de criar um vínculo entre o mundo real e o mundo espiritual.


Foto: Kuarup (celebração funerária dos índios xinguanos)

Danças Guerreiras: Em geral executadas pelas mulheres, que por não irem à guerra, aos combates, dançavam para se transportarem teluricamente para ajudar os homens.
 
Foto: índias da tribo Xingu
 
Elementos da dança

FORMAS: círculos, linhas, desenhos etc.
MOVIMENTOS: saltos, giros etc.
ORNAMENTOS: vestes e adereços.


TIPOS DE DANÇA

IMITATIVA: resulta da observação do mundo exterior, na tentativa de imitá-lo.
INTERPRETATIVA: resulta da observação do mundo exterior, na tentativa de representá-lo.
ABSTRATA: SEM IMAGEM se referência, apresenta formas ilimitadas, executada em torno de fogueiras ou totens.

GÊNEROS DE DANÇA

CONVULSIVA: com movimentos espasmódicos, levando a estados mórbidos.
ESTÁTICAS: dança com poses (contemplativas), geralmente com o intuito de invocar divindades.
ACROBÁTICAS: dança com movimentos de alegria, em agradecimento.

TEMAS DE DANÇA
MÍSTICO: dança dedicada à religião (dança sacra).
PROFANO: dança social ou teatral (como divertimento)



AS PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DE DANÇA SEGUNDO AS IDADES

"A Dança nasceu da necessidade de expressar uma emoção, de uma plenitude particular do ser, de uma exuberância instintiva, de um apelo misterioso que atinge até o próprio mundo animal."
A análise cronológica sintetiza o que foi explicitado, tendo sempre presente duas realidades até certo ponto antagônicas:
*        A LINGUAGEM GESTUAL IMITATIVA (mimética) é a mais antiga forma de comunicação do ser humano, podendo remontar a milhares de anos em suas primeiras manifestações.
*         por primeiras manifestações, não devemos considerar somente as Idades, já que se registram no seio de australianos, africanos, neozelandeses, índios, entre outros, alguns povos que ainda guardam suas mais antigas manifestações.
Considerando a tabela cronológica de Curt Sachs e juntando a ela as idades aproximadas de acordo com a Enciclopédia da Civilização e das Artes de B.M.Ugolotti, podemos dividir as primeiras manifestações de dança, em dados gerais, em seis períodos:

*        PERÍODO PALEOLÍTICO INFERIOR - 1000.000 anos a.C. - primitiva cultura básica: dança circular sem contato.>
*        PERÍODO PALEOLÍTICO MÉDIO - 350.000 a 75.000 anos a.C. - culturas básicas médias: pigmeus (dança circular sem contato e danças animais) e pigmóides (dança circular sem contato e danças convulsivas).
*        PERÍODO PALEOLÍTICO SUPERIOR - 75.000 a 15.000 anos a.C. - últimas culturas básicas: tasmanóides e australóides (dança circular sem contato, danças animais, danças serpentinas e danças sexo-lunares).
*        PERÍODO MESOLÍTICO - 15.000 a 10.000 anos a.C. - primitivas culturas de tribo: totemistas (danças de máscara, danças animais, danças circulares com contato, danças sexuais masculinas) e primitivos agricultores (danças de máscara, danças circulares corais, danças lunares e danças fúnebres).
*        PERÍODO PROTONEOLÍTICO - 10.000 a 3.000 a.C. - culturas de tribo médias: cultura do animal de cornos (danças circulares, danças animais, danças de par) e última cultura agrícola (danças de vários círculos, homens e mulheres dançando em linhas opostas).
*        PERÍODO NEOLÍTICO - até 1.000 anos a.C. - Idade do metal: senhorial e últimas culturas de tribo: campesina (danças mistas de pares, dança de abraço, dança de galanteio, dança do ventre).
Se a essa tabela acrescentarmos movimentos e formas praticadas pelo homem para se comunicar, sobreviver e raciocinar, podemos idealizar e estruturar, mais ou menos, a evolução cronológica da dança, como já foi colocado no primeiro capítulo. O homem "técnico” do paleolítico inferior, já conhecia as figuras do círculo sem contato quando aprendeu a dominar algum jogo e a inventar um tipo de arma para se defender: a pedra de sílex amarrada à extremidade de um pau.
Mesmo lutando pela sobrevivência o homem, em algum momento, dirigiu sua atenção para uma atividade imaterial e tornou-se artista. A Dança nasceu da necessidade de expressar uma emoção, de uma plenitude particular do ser, de uma exuberância instintiva, de um apelo misterioso que atinge até o próprio mundo animal, embora, só com o homem ela se eleve à categoria de arte, em função de sua consciência.
            No seu primórdio a dança foi uma manifestação naturalista. À repetição sincronizada de gestos, inicialmente desordenados, pode-se considerar como a primeira técnica desenvolvida pelo ser humano. Repetida, usando mais elementos e uma gradativa estilização, a seqüência de movimentos foi se constituindo numa "coreografia", como testemunham vários gráficos.
No paleolítico médio os dois tipos básicos de homem estão desenvolvidos: pigmeus extrovertidos, com visível talento para dança e pigmóides introvertidos, que privilegiavam a dança em desarmonia, embora não se tenha notícia de um indivíduo sequer que não possua algo das características opostas; no paleolítico superior observaram-se formações individuais e corais, o círculo foi mantido quase sem nenhum contato corporal entre seus integrantes e a forma serpentina foi introduzida.
            A divisão dos dois mundos ficou evidente: o sem imagem, extático, lunar, e o outro, sensorial, solar e imitativo.
O período mesolítico reafirmou essa dualidade: povos patriarcais de religiões monoteístas introduziram danças sexuais masculinas às suas danças cada vez mais naturalistas, excluindo as mulheres, as quais só foi dado assistir, das cerimônias. Povos formados por primitivos agricultores acrescentaram às primitivas danças circulares a execução coletiva usando os círculos dobrados, as danças lunares e as fúnebres com as máscaras que as acompanhavam.
             A fixação do homem à terra produziu, na dança, consideráveis modificações. O trabalho feminino passou a ser valorizado, surgiram as primeiras formas de matriarcado com sua mitologia lunar. Pela primeira vez os dançarinos se agruparam em linhas e a choça passou a ser retangular. A noção de alma, até então ausente, fortaleceu o culto aos antepassados, o xamanismo e o sepultamento de mortos. Nessas culturas, de desenhos abstratos e geométricos, o naturalismo esteve ausente. O espírito que as movia não era observativo, mas meditativo; os sonhos, não a realidade, lhes inspiraram e deram forma.
            Na transição para o neolítico houve o início da domesticação de animais; cuidava-se do gado, o arco e a lança, e mais tarde a massa, foram as armas usadas. Ritos de circuncisão foram introduzidos, assim como danças de par sem contato e danças de armas. As casas já se apresentaram retangulares, a tendência para o patriarcado se instalou firmemente. O canibalismo, o fetichismo e a imagem da caveira foram introduzidos nas cerimônias rituais. Os círculos se triplicaram, surgiram as espirais simples e duplas, somando-se a motivos ornamentais e geométricos. Homens e mulheres dispostos em duas linhas, uma de frente para a outra, já foram encontrados convivendo com as danças de saltos altos, que visavam promover o crescimento da semente.
O período neolítico, que precede a chamada “Idade dos Metais”, já começou a apresentar os dois tipos de cultura distintas, mas que se completam e que só existem, uma em função da outra, a cultura campesina e a senhorial, ou seja: a dança dos virtuoses pagos que se exibem aos que possuem riqueza.
                 A cultura campesina foi responsável pela ênfase da sexualidade através da representação mimética do galanteio e da sedução. A dança coral, em que uma linha de homens se opunha à de mulheres, começou a apresentar figuras que se juntavam e se dividiam em complicados labirintos.As danças femininas eróticas, em geral solistas, tornaram-se muito importantes.
Na passagem do puramente devocional e social para o profissional e teatral, as danças fixaram as divisões de trabalho e as distinções marcantes entre a cultura da classe aristocrática urbana e a dos que recebiam para realizar algo. Admite-se que cultura senhorial conduziu à dança espetáculo dos orientais, enquanto a dança campesina pura levou à dança popular ocidental.
                 As danças de procissão e as circulares nunca desapareceram, mas o neolítico ficou caracterizado pelas danças de pares, abraçados ou não, usando cada vez mais o abstracionismo, o domínio da técnica, tornando-se, finalmente, uma dança de exibição, ou seja: um entretenimento.
Ao chegarmos à dança espetacular – dança espetáculo - encontramo-nos diante das culturas superiores que, com suas divisões em classes e castas, destruíram a unidades sociais dos povos, segregando e separando as diversas atividades humanas.
Enquanto apenas fenômeno emocional a dança do homem pode ser tão livre quanto a do chimpanzé. Como ato religioso, submetida a regras mantidas de geração para geração, isto não aconteceu. Impulso criador, observação estética, organização e construção harmoniosa e inteligente, a devoção fez da dança uma arte, embasada sobre a idéia de recompensas materiais: de um lado o artista que ganha para trabalhar, de outro o espectador que paga e usufrui do que assiste.
Era o fim da improvisação. Artistas e espectadores passaram a zelar pela exatidão das cerimônias rituais e pela manutenção do que já se tornara uma “tradição”, trazendo consigo a idéia de ensino e de escolha.
                   Regulamentada, elaborada, narrativa, remunerada, a dança chegara ao drama.
                   O drama surgiu das necessidades fundamentais do homem, desde o seu primórdio, e provavelmente seguirá cumprindo este papel enquanto ele, homem, existir. Ao representar a humanidade procurou resolver seus momentos de maior tensão em termos humanos, lançando mão, para isso, de todas as expressões artísticas: artes plásticas, música, palavra e dança; surgiu também em função de capacidade imaginativa mais acentuada de um membro da comunidade e do seu talento para interpretar os anseios da sociedade, sendo elevado, naturalmente, à função de seu porta-voz.
Tanto quanto o homem simples de hoje, o homem primitivo gostava de narrar fatos de sua tribo, suas conquistas e suas experiências. Mesmo quando já abstratas como forma, as danças continuaram a cumprir o papel de narrar, com emoção, esses momentos distantes, em progressão lógica, fazendo com que o homem sentisse ali, vigorosamente, a presença do que já havia acontecido como se estivesse ocorrendo de novo.
Diz o crítico John Gassner em seu livro “Mestres do Teatro”:
 “Desejando e mais, precisando alimentar-se, conquistar e defender-se de inimigos e outras necessidades básicas, o homem logo aprendeu a tentar realizar esses desejos através da dança, e assim seguiu até que a dança pantomímica se tornou a mais acabada das formas primitivas de drama e o dramaturgo se tornou um coreógrafo.  O dramaturgo primitivo ou coreógrafo, formula e conduz a pantomima intelectualmente, ocupa o papel de mecânico ao criar os primeiros adereços cênicos rústicos, de sacerdote que ensina o homem a orar, ou de alguém que coloca Deus, a natureza ou o que quer que se queira chamar, à serviço do homem, associando além disso, essa oração ao trabalho... Este sacerdote é ainda um feiticeiro exorcista, um curandeiro e um filósofo social, na medida em que organiza a representação da atividade da comunidade, ampliando a realidade”.
Longe das culturas básicas, em que as próprias mães se incumbiam de ensinar a seus filhos os ritos cerimoniais, os profissionais dançarinos eram enviados a lugares famosos por ensinarem a dançar, ainda que distantes. Num processo rápido de conversão, essas danças foram revelando a habilidade de cada aprendiz, tornando-a uma aquisição pessoal, consciente e reconhecida, mesmo que por trás perdurasse, e assim foi por bastante tempo, o espírito religioso que ensejou a execução dançada.
Típicas virtuoses, as bailarinas dos cultos foram afastadas da família e do trabalho doméstico e sustentadas para se dedicarem somente ao templo e à arte; as virgens, ao amadurecerem, se convertiam em propriedade dos sacerdotes, que se apresentavam como representantes do deus aos quais haviam passado a pertencer. Até sexualmente. Consultar o ballet  “La Bayadère” (ver nota de rodapé nº 5).
Nas altas culturas da Idade do Metal ficou clara a separação da sociedade em duas classes: a que praticavam a dança senhorial, dos donos do metal, e a dança “proletária”, praticada a serviço dos detentores da riqueza.
Conclusão:
Os elementos que foram resumidamente analisados acompanharam o desenvolvimento do homem desde o Paleolítico até nossos dias. Vistos de maneira primitiva ou já completamente estilizados, compõem as encenações dançadas, quer nas suas manifestações livres e populares, quer inseridos nas formas cênicas mais sofisticadas e elaboradas.
HIP HOP

A cultura hip hop é formada pelos seguintes elementos: O rap, o graffiti e o break.
Rap - rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia, que é a expressão musical-verbal da cultura; 
O rap é um ritmo de música parecido com o hip hop, que engloba principalmente rimas, e é um dos cinco pilares da cultura hip hop. o grupo The Last Poets.[15] O rap na maioria das vezes é feito sem acompanhamento de nenhum instrumento, ou simplesmente um DJ mixer.
Graffiti - que representa a arte plástica, expressa por desenhos coloridos, apelidos ou mensagens sobre qualquer assunto feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades espalhadas pelo mundo;
feitas com spray, rolinho e pincel em muros ou paredes. Sendo considerado por muitos uma forma de arte, diferente do "picho", que têm outra função de apenas deixar sua marca, o grafite é usado por muitos como forma de expressão e denúncia.

Break dance - que representa a dança. Break Dance (B-boying, Popping e Locking), por convenção, chama-se todas essas danças de Break Dance. Apesar de terem a mesma origem, são de lugares distintos e por isso apresentam influências das mais variadas. Desde o início da década de 1960, quando a onda de música negra assolou os Estados Unidos, a população das grandes cidades sentia uma maior proximidade com estes artistas, principalmente por sua maneira verdadeira de demonstrar a alma em suas canções. As gangues da época usavam o break para disputar território, a gangue que se destacava melhor era a que comandava o território.A dança é inspirada nos movimentos da guerra.
OS TRÊS ELEMENTOS JUNTOS COMPÕE A CULTURA HIP HOP. 

Que muitos dizem que é a "CNN da periferia", ou seja, que o hip hop seria a única forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de todas classes excluídas...
O termo hip hop, alguns dizem que foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaataa. Ele teria se inspirado em dois movimentos cíclicos, ou seja, um deles estava na forma pela qual se transmitia a cultura dos guetos americanos, a outra estava justamente na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip)...
Em meados dos anos 70 no Bronx, cidade de Nova Iorque, só existiam dois bons deejays conhecidos que eram Kool D.J. Herc e Kool Dee.
Kool D.J. Herc foi o maior e mais seguido de todos os D.Js. do Bronx.
De qualquer modo em meado dos anos 70 outro jovem D.J. que foi inspirado por kool D.J. Herc, Kool D.J. Dee, Disco King Mario, começou aparecer e crescer no cenário da música B.Beat chamado Afrika Bambaataa.
Ele tinha algo de grandioso da música B.Beat de Kool Herc, ele começou a trazer novos discos e fazia as pessoas dançarem como um trovão, e decidiu de chamá-los de ZULU NATION. Nos próximos anos Bambaataa seria o responsável por várias gírias no movimento. Nesta mesma época apareceu outro D.J. com o nome de Grand Máster Flash, que ajudou a reformular o jeito de rimar em cima dos Break Beats. Não foram Sugarhill Gang, D.J. Hollywood ou Eddie Chebba e Kurts Blow que começaram a rimar em cima dessas batidas, foram realmente Grand Máster Flash, Mele mel, Kid Creole e Keith Cowbow que começaram o fenômeno das rimas.
Se existe alguém responsável pela criação da música Break Beat, foram Kool D.J. Herc, Afrika Bambaataa e Grand Master Flash, os que vieram depois só ajudaram a construir o que chamamos de HIP-HOP.

MC (master of cerimonies)

Mestre de Cerimônia, é o porta-voz que relata, através de articulações de rimas, os problemas, carências e experiências em geral dos guetos. Não só descreve, também lança mensagens de alerta e orientação, o MC tem como principal função animar uma festa e contribuir com as pessoas para se divertirem. Muitos MCs no início do hip-hop davam recados, mandavam cantadas e simplesmente animavam as festas com algumas rimas. O primeiro MC foi Coke La Rock, MC que animava as festas de Kool Herc.No Brasil os primeiros rimadores foram Jair Rodrigues, Gabriel o pensador entre grupos como balinhas do rap, Thaíde e DJ Hum, Racionais Mcs.O MC é aquele que através de suas rimas mostra as varias formas de reivindicação, angustias e injustiças com as classes socias mais desfavoraveis mostrando o poder da transformação.
Hip-Hop é uma cultura que consiste em 4 subculturas ou subgrupos, baseadas na criatividade. Um dos primeiros grupos seria, e se não o mais importante da cultura Hip-Hop, por criar a base para toda a cultura, o DJing é o músico sem “instrumentos” ou o criador de sons para o RAP, o B.Boying (a dança B.Boy, Poppin, Lockin e Up-rockin) representando a dança, o MCing (com ou sem utilizar das técnicas de improviso) representa o canto, o Writing (escritores e/ou graffiteiros) representa a arte plástica, expressão gráfica nas paredes utilizando o spray.
O Hip-Hop não pode ser consumido, tem que ser vivido (não comprando roupas caras, mais sim melhorando suas habilidades em um ou mais elementos dia a dia). É um estilo de vida.... Uma ideologia...uma cultura a ser seguida...
A "consciência" ou a "informação" na minha opinião não pode ser considerada como elemento da cultura, pois isso já vem inserido às culturas do DJing, B.BOYing, MCing e Escritor/WRITing (Graffiteiros), ou seja aos elementos da cultura Hip-Hop, mais é válido para a nova geração, dizendo se fazer parte da cultura Hip-Hop sem ao menos conhecer os criadores da cultura e suas reais intenções.


NATURALISMO E GEOMETRISMO: AS DUAS FACES DA ARTE RUPESTRE NO BRASIL
No sudeste do Estado do Piauí, município de São Raimundo Nanato, há um importante sítio arqueológico onde, desde 1970, diversa pesquisadores vêm trabalhando.
 Em 1978, uma missão franco‑brasileira coletou uma grande quantidade de dados e vestígios arqueológicos. Esses cientistas chegaram conclusões esclarecedoras a respeito de grupos humanos que habitaram a região por volta do ano 6 000 a.C., ou talvez numa época mais remata ainda. Segundo as pesquisas, os primeiros habitantes da área de São Raimundo Nonato ‑ provavelmente caçadores‑coletores, nômades e seminômades ‑ utilizavam as grutas da região como abrigos ocasionais A hipótese mais aceita, portanto, é a de que esses homens foram os autores das obras pintadas e gravadas nas grutas da região.
Os pesquisadores classificaram essas pinturas e gravuras em dois grandes grupos: obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos. Entre as primeiras predominam as representações de figuras humanas que aparecem ora isoladas, ora participando de um grupo, em movimentadas cenas de caça, guerra e trabalhos coletivos. No grupo dos motivos naturalistas, encontram‑se também figuras de animais, cujas representações mais freqüentes são de veados, onças, pássaros diversos, peixes e insetos
                             As figuras com motivos geométricos são muito variadas: apresestam linhas paralelas, grupos de pontos, círculos, círculos concêntrico, cruzes, espirais e triângulos.
A partir do estudo dos vestígios arqueológicos encontrados em São Raimundo Nonato, os estudiosos levantaram a hipótese da existência de um estilo artístico denominado Várzea Grande). Esse estilo tem como característica a utilização preferencial da cor vermelha, o predomínio dos motivos naturalistas, a representação de figuras antropomorfas e zoomorfas (com corpo totalmente preenchido e os membros desenhados com traços) e a abundância de representações animais e humanas de perfil. Nota‑se também a freqüente presença de cenas em que participam numerosas personagens, com temas variados e que expressam grande dinamismo.
As pesquisas científicas de antigas culturas que existiram no Brasil, a partir das descobertas realizadas no sudeste do Piauí, abrem uma perspectiva nova tanto para a historiografia como para a arte brasileiras. Esses fatos nos permitem ver mais claramente que a história de nosso país está ligada à história do mundo todo, e que as nossas raízes são muito mais profundas do que o limite inicial de uma data, no tão próximo século XV
Na época do descobrimento, havia em nosso país cerca de 5 milhões de índios. Hoje, esse número caiu para aproximadamente 200 000. Mas essa brutal redução numérica não é o único fator a causar espanto nos pesquisadores de povos indígenas brasileiros. Assusta‑os também a verificação da constante ‑ e agora já acelerada ‑destruição das culturas que criaram, através dos séculos, objetos de uma beleza dinâmica e alegre.
         A Primeira questão que se coloca em relação à arte indígena é defini­-la ou caracterizá‑la entre as muitas atividades realizadas pelos índios
Quando dizemos que um objeto indígena tem qualidades artísticas, podemos estar lidando com conceitos que são próprios da nossa civilização, mas estranhos ao índio. Para ele, o objeto precisa ser mais perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria. Nessa perfeição para além da finalidade é que se encontra a noção indígena de beleza. Desse modo, um arco cerimonial emplumado, dos Bororo, ou um escudo cerimonial, dos Desana  podem ser considerados criações artísticas porque são objetos cuja beleza resulta de sua perfeita realização.
Outro aspecto importante a ressaltar: a arte indígena é mais representativa das tradições da comunidade em que está inserida do que da personalidade do indivíduo que a faz. É por isso que os estilos da pintura corporal, do trançado e da cerâmica variam significativamente de uma tribo para outra.

O PERÍODO                      PRÉ-CABRALINO: A FASE MARAJOARA E A CULTURA SANTARÉM   

A Ilha de Marajó foi habitada por vários povos desde, provavelmente, 1100 a.C. De acordo com os progressos obtidos, esses povos foram divididos em cinco fases arqueológicas. A fase Marajoara é a quarta na seqüência da ocupação da ilha, mas é sem dúvida a que apresenta as criações mais interessantes.
A FASE MARAJOARA
A produção mais característica desses povos foi a cerâmica, cuja modelagem era tipicamente antropomorfa. Ela pode ser dividida entre vasos de uso doméstico e vasos cerimoniais e funerários. Os primeiros são mais simples e geralmente não apresentam a superfície decorada. Já os vasos cerimoniais possuem uma decoração elaborada, resultante da pintura bicromática ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em relevo.
Dentre os outros objetos da cerâmica marajoara, tais como bancos, colheres, apitos e adornos para orelhas e lábios, as estatuetas representando seres humanos despertam um interesse especial, porque levantam a questão da sua finalidade. Ou seja, os estudiosos discutem ainda se eram objetos de adorno ou se tinham alguma função cerimonial. Essas estatuetas, que podem ser decoradas ou não, reproduzem as formas humanas de maneira estilizada, pois não há preocupação com uma imitação fiel da realidade.
A fase Marajoara conheceu um lento mas constante declínio e, em torno de 1350, desapareceu, talvez expulsa ou absorvida por outros povos que chegaram à Ilha de Marajó.

CULTURA SANTARÉM

Não existem estudos dividindo em fases culturais os povos que ao longo do tempo habitaram a região próxima à junção do Rio Tapajós com o Amazonas, como foi feito em relação aos povos que ocuparam a Ilha de Marajó. Todos os vestígios culturais encontrados ali foram considerados como realização de um complexo cultural denominado “cultura Santarém”.
A cerâmica santarena apresenta uma decoração bastante complexa, pois além da pintura e dos desenhos, as peças apresentam ornamentos em relevo com figuras de seres humanos ou animais.
Um dos recursos ornamentais da cerâmica santarena que mais chama a atenção é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas que apóiam a parte superior de um vaso
Além de vasos, a cultura Santarém produziu ainda cachimbos, cuja decoração por vezes já sugere a influência dos primeiros colonizadores europeus, e estatuetas de formas variadas. Diferentemente das estatuetas marajoaras, as da cultura Santarém apresentam maior realismo, pois reproduzem mais fielmente os seres humanos ou animais que representam.
A cerâmica santarena refinadamente decorada com elementos em relevo perdurou até a chegada dos colonizadores portugueses. Mas, por volta do século XVII, os povos que a realizavam foram perdendo suas peculiaridades culturais e sua produção acabou por desaparecer.
Apesar de terem existido muitas e diferentes tribos, é possível identificar ainda hoje duas modalidades gerais de culturas indígenas: a dos silvícolas, que vivem nas áreas florestais, e a dos campineiros, que vivem nos cerrados e nas savanas.
Os silvícolas têm uma agricultura desenvolvida e diversificada que, associada às atividades de caça e pesca, proporciona‑lhes uma moradia fixa. Suas atividades de produção de objetos para uso da tribo também são diversificadas e entre elas estão a cerâmica, a tecelagem e o trançado de cestos e balaios.
Já os campineiros têm uma cultura menos complexa e uma agricultura menos variada que a dos silvícolas. Seus artefatos tribais são menos diversificados, mas as esteiras e os cestos que produzem estão entre os mais cuidadosamente trançados pelos indígenas.
É preciso não esquecer que tanto um grupo quanto outro conta com uma ampla variedade de elementos naturais para realizar seus objetos: madeiras, caroços, fibras, palmas, palhas, cipós, sementes, cocos, resinas, couros, ossos, dentes, conchas, garras e belíssimas plumas das mais diversas aves. Evidentemente, com um material tão variado, as possibilidades de criação são muito amplas, como por exemplo, os barcos e os remos dos Karajá, os objetos trançados dos Baniwa , as estacas de cavar e as pás de virar beiju dos índios xinguanos.
A tendência indígena de fazer objetos bonitos para usar na vida tribal pode ser apreciada principalmente na cerâmica, no trançado e na tecelagem. Mas ao lado dessa produção de artefatos úteis, há dois aspectos da arte índia que despertam um interesse especial. Trata‑se da arte plumária e da pintura corporal, que veremos  mais adiante.
A partir de uma matéria‑prima abundante, como folhas, palmas, cipós, talas e fibras, os índios produzem uma grande variedade de pe, cestos, abanos e redes .Da arte de trançar e tecer, Darcy Ribeiro destaca especialmente algumas realizações indígenas como as vestimentas e as máscaras de entrecasca, feitas pelos Tukuna e primorosamente pintadas; as admiráveis redes ou maqueiras de fibra de tucum do Rio Negro; as belíssimas vestes de algodão dos Paresi que também, lamentavelmente, só se podem ver nos museus
                   As peças de cerâmica que se conservaram testemunham muitos costumes dos diferentes povos índios e uma linguagem artística que ainda nos impressiona. São assim, por exemplo, as urnas funerárias lavradas e pintadas de Marajó, a cerâmica decorada com desenhos impressos por incisão dos Kadiwéu, as panelas zoomórficas dos Waurá e as bonecas de cerâmica dos Karajá.

Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas à pura busca da beleza.
Existem dois grandes estilos na criação das peças de plumas dos índios brasileiros. As tribos dos cerrados fazem trabalhos majestosos e grandes, como os diademas dos índios Bororo ou os adornos de corpo, dos Kayapó.
As tribos silvícolas como a dos Munduruku e dos Kaapor fazem peças mais delicadas, sobre faixas de tecidos de algodão. Aqui, a maior preocupação é com o colorido e a combinação dos matizes. As penas geralmente são sobrepostas em camadas, como nas asas dos pássaros.Esse trabalho exige uma cuidadosa execução
Para os índios, as máscaras têm um caráter duplo: ao mesmo tempo que são um artefato produzido por um homem comum, são a figura viva do ser sobrenatural que representam Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais, como, por exemplo, na dança do Aruanã, entre os Karajá, quando representam heróis que mantêm a ordem do mundo.
As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o vermelho muito vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco do jenipapo e o branco da tabatinga. A escolha dessas cores é importante, porque o gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas.
São os Kadiwéu que apresentam uma pintura corporal mais elaborada Os primeiros registros dessa pintura datam de 1560, pois ela impressionou fortemente o col onizados e os viajantes europeus. Mais tarde foi analisada também por vários estudiosos, entre os quais Lévi‑Strauss, antropólogo francês que esteve entre os índios brasileiros em 1935.
De acordo com Lévi‑Strauss, “as pinturas do rosto conferem, de início, ao indivíduo, sua dignidade de ser humano; elas operam a passagem da natureza à cultura, do animal estúpido ao homem civilizado. Em seguida, diferentes quanto ao estilo e à composição segundo as castas, elas exprimem, numa sociedade complexa, a hierarquia dos status. Elas possuem assim uma função sociológica.”
Os desenhos dos Kadiwéu são geométricos, complexos e revelam um equilíbrio e uma beleza que impressionam o observador. Além do corpo, que é o suporte próprio da pintura Kadiwéu, os seus desenhos aparecem também em couros, esteiras e abanos, o que faz com que seus objetos domésticos sejam inconfundíveis.

ATIVIDADES 3



Questão 01  -  A  religiosidade é uma característica muito relevante no estudo da arte na pré-história. Que item atesta esta realidade e justifica a arte rupestre?
a) As pinturas serviam de decoração das cavernas para os deuses.
b) Os homens cultuavam seus deuses a todo o momento em suas pinturas.
c) Era parte de um processo de magia para interferir na captura de animais.
d) Havia a intenção imediata do artista em criar uma arte decorativa e religiosa.

Questão 02 – A religiosidade é um item de bastante relevância no estudo da arte na pré-história. Que alternativa abaixo marca CORRETAMENTE fatos que atestam esta realidade?
a) (  ) As pinturas serviam de decoração das cavernas para os deuses.
b) ( ) Os homens pintavam sobre um forte caráter ritualístico.
c) (  ) Era sim parte de um processo de magia para  interferir na captura de pessoas.
d) (  ) Havia-se a intenção imediata do artista em criar uma arte decorativa e religiosa.


Questão 03 – Das produções artísticas do período Pré-histórico,  a  esculturase destaca assim como as pinturas, tendo suas características e estudos bem direcionados, nos dando maior margem de conhecimento sobre a vivência destes seres pensantes da nossa história. Quanto as característica e o estudo destas esculturas, julgue os itens abaixo como (V)  VERDADEIROS ou (F)
FALSOS, e em seguida marque a alternativa que contém a seqüência CORRETA:
I. (       ) Fazem parte de suas características o  ventre saltado e seios volumosos.
II. (       ) Tanto nas pinturas quanto nas esculturas nota-se a ausência de figuras masculinas. 
III. (       ) Fazem parte de suas características as grandes nádegas e a cabeça surgindo como um prolongamento do pescoço.
IV. (       ) As características encontradas em esculturas como a Vênus de Willendorf, atestam a desvalorização do ser humano  e da sensualidade feminina. 2

a) F – F – F – F 
b) F – V – F – V 
c) V – F – V – F 
d) V – V – V –V

Questão 04– A  técnica bastante usada pelos artistas pré-históricos
através de  pó
colorido soprado por um canudo denomina-se:
a) (  ) Cerca Grande.
b) (  ) Mãos grandes.
c) () Mãos em negativo.
d) (  )Várzea Grande.
Questão 05 - As primeiras expressões da arte eram muito simples. Consistiam em traços feitos nas paredes de argila das cavernas ou de técnicas diversificadas, mas também muito simples. Quanto a estas características iniciais da arte rupestre julgue os itens (V)  VERDADEIRO ou (F) FALSO:
I. (      ) Uma das técnicas mais usadas e detectadas em várias partes do mundo com características bastante semelhantes é a técnica Mãos em Negativo.
II. (      ) Suas esculturas valorizam de forma explicita o corpo humano, sobretudo, o masculino como uma forma de ostentação do homem como direcionador do grupo.
III. (      ) Os mais remotos indícios a respeito de grupos humanos culturalmente “desenvolvidos” da cultura brasileira datam um período 6.000 a.C a 10.000 a.C.
IV. (      ) Uma das obras em escultura mais fascinante deste período é a escultura da Vênus Willendorf e a de Savinhano, onde suas características predominantes são: o ventre saltado e grandes nádegas como representação da fertilidade feminina. 3

Assinale a alternativa com a seqüência CORRETA obtida:
a) V – V – V – V                   b)  V – F – V – V                             c)  F – F – F – F                                           e) F – V – F – F  

TEXTO 
Podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita. Portanto, esse período é anterior há 4000 a.C, pois foi por volta deste ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Foi uma importante fase, pois o homem conseguiu vencer  as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções  práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades. Ao mesmo tempo foi desenvolvendo uma  cultura muito importante. Esse período pode ser dividido em três  fases : Paleolítico,
Mesolítico e Neolítico.
Questão 06 -  Segundo o  período paleolítico e  neolítico, julgue os itens a seguir em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS:
1. (   ) As obras mais surpreendentes do paleolítico são  as imagens pintadas nos tetos das cavernas.
2. (  ) No Neolítico, os artefatos em mármore carregavam um alto requinte técnico.
3. ( ) No paleolítico acontece a mudança da caça para agricultura.
4. (  ) As pinturas encontradas nas cavernas tinham como características: traços seguros e vigorosos, o sombreamento sutilmente controlado que confere volume e integridade as formas. 4


QUESTÃO 07 –  De acordo com os estudos sobre a música pré-histórica assinale a alternativa correta:
a) (   ) Foram encontrados ossos com furos que tem uma certa semelhança com as flautas.
b) (    ) As guitarras da época eram feitas com pedra e cabelos.
c) (  ) No Brasil não foram encontrados materiais que podem ser considerados instrumentos da época.
d) (    ) Os tambores eram feitos de arvores finas.

QUESTÃO 08 – Eram usados como pigmentos na arte pré-histórica:
a) (    ) Tinta guache e Sangue de animais.
b) (    ) Cera e Sumo de flores.
c) (   ) Sangue e carvão.
d) (    ) Pedras e giz.


QUESTÃO 09 –  De acordo com os historiadores a primeira manifestação artística pré-histórica foi:
a) (    ) Música.
b) (   ) Dança.
c) (    ) Teatro.
d) (    ) Artes Visuais.

QUESTÃO 10 – As pinturas rupestres são:
a) (    ) Pinturas em tela.
b) (    ) Pinturas de animais.
c) (    ) Pinturas sobre as cavernas.
d) (   ) Pinturas em paredes de caverna. 5


QUESTÃO 11 – As primeiras expressões de arte eram:
a) (   ) Muito simples.
b) (    ) Bastante complexas.
c) (    ) Abstratas.
d) (    ) Simples com motivos cristãos




ATIVIDADE = 4

01. Sobre o surgimento da agricultura e seu uso intensivo pelo homem, pode-se afirmar que:

a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita;
b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia e China), Europa e, a partir desta, para a América;
c) como tantas outras invenções, teve origem na China, de onde se difundiu até atingir a Europa e, por último, a América;
d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e naAmérica (México e Peru);
e) de todas as invenções fundamentais, a metalurgia e o comércio foram as que menos contribuíram para o ulterior progresso material do homem.


02. Estabeleça a relação entre as revoluções do Período Neolítico e o surgimento do modo de produção asiático.


03.
"De um estado de barbárie homogêneo e mais ou menos estático, vai nascer a complexidade deaspectos do mundo moderno. Esta transformação, de consideráveis conseqüências, foi extraordinariamente rápida e começou durante o quarto milênio a. C. Longe de ser geral, ela seproduziu em algumas regiões onde as condições de vida lhe eram favoráveis. Nessas regiões, a vida do homem modificou-se muito rapidamente, enquanto na maior parte do mundo o modo de existência primitivo persistiu durante séculos, talvez milênios."(J. Hawkes, Histoire de l'Humanité, Ed. UNESCO)

O texto refere-se à fase final do Neolítico, quando o homem desenvolveu novas técnicas e aprimorou seus
conhecimentos. Identifique as transformações ocorridas nesse período.

Responda às questões 04 e 05 utilizando o seguinte código:

a) Se apenas I e II estiverem corretas
b) Se apenas II e III estiverem corretas
c) Se apenas I e III estiverem corretas
d) Se todas estiverem corretas
e) Se todas estiverem incorretas

04.
I.   A arte nasceu no Paleolítico Superior.
II.  Nas paredes de suas cavernas, os homens daquela época fizeram representações de cenas de caça.
III. A característica dessas pinturas era o naturalismo.


05. I.   Traços esquematizados são características da pintura neolítica.
II.  Entre os monumentos megalíticos, destacamos os de Stonehege (Inglaterra).
III. As pedras fincadas no chão são denominadas cromlech e, quando estão dispostas em círculos, denominam-se menires.


06. I. As civilizações pré-históricas não se desenvolveram no mesmo período de tempo, nas várias regiões do mundo.
II. A divisão da Pré-História não pode fundamentar-se em acontecimentos, mas nos melhoramentos das técnicas com que eram fabricados os instrumentos.
III. Os monumentos megalíticos estariam associados ao culto dos mortos.  

a) Apenas I e II estão corretas
b) Apenas II e III estão corretas
c) Apenas I e III estão corretas
d) Todas estão corretas
e) Todas estão incorretas

07. No período Neolítico, a sociedade conheceu importantes transformações, exceto:

a) o início do processo de sedentarização;
b) a passagem do estado de selvageria para o de barbárie;
c) o desenvolvimento da agricultura e do pastoreio;
d) a transição para uma economia coletora, pescadora e caçadora;
e) a utilização dos animais como força complementar à do homem.

08. "A partir de 18.000 a. C., com o fim da última Idade do Gelo, algumas regiões da Terra
começaram a conhecer um processo regular de transbordamento dos grandes cursos fluviais,
como o Tigre, Eufrates, Nilo, Indo e Amarelo, tornando possível a prática da agricultura."

As civilizações que se desenvolveram ao longo desses rios formaram no seu conjunto:

a) o modo de produção escravista;
b) o modo de produção asiático;
c) o comunitarismo familiar;
d) o feudalismo despótico oriental;
e) o sistema mercantil escravista.

09. Quais os países do Oriente Médio atual que correspondem às regiões da Antigüidade Oriental,
representadas pela Mesopotâmia, Fenícia, Palestina e Pérsia, respectivamente?
a) Irã-Iraque, Arábia, Israel e Síria;
b) Iraque, Líbano, Israel e Irã;
c) Líbano, Israel, Síria e Jordânia;
d) Iraque, Líbano, Irã e Israel;
e) Israel, Irã, Iraque e Líbano.

10. A arte romana sofre uma forte influência da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida. Marque a alternativa que apresenta legados culturais  que os etruscos deixaram aos romanos nas construções.
a) O arco e a abóbada.
b) A abóbada e o frontão.
c) O arco e a coluna.
d) O frontão e a coluna.

11 - A Pré-História é um dos períodos da Arte mais fascinante, sem registro escrito. Quando se analisa o Paleolítico, tem-se como característica estética o/a
a) Racionalismo. c) Naturalismo.
b) Geometrização.  d) Abstracionismo.

12 - É sabido que, no período conhecido como Paleolítico, o homem expressou sua “arte” pintando, desenhando e gravando nas paredes de cavernas e, também, criando esculturas de argila. São exemplos de expressões  artísticas do homem, no período Paleolítico, a pintura Rupestre de

a) Altamira (Espanha) e Vênus de Willerdof
b) Tassili (Saara) e Vênus Esteatopígeas.
c) Lascaux (França) e Pintura Rupestre de Tassili (Saara).
d) Tassili (Saara) e Vênus de Willendorf.

13 - A vida em coletividade, gerou conquistas técnicas no Neolítico. Houve forte reflexo nas expressões artísticas. A consequência imediata foi o abandono do estilo que predominava no Paleolítico. Essa foi a primeira grande transformação na História da Arte. Nesse novo estilo surgido, tem-se como características estéticas o:
a) geometrizante e o não abstrato.
b) simplificador e o geometrizante.
c) complexo e o irracional.
d) irracional e o simplificador.

14 - A escrita pictográfica, que consiste em representar seres e ideias pelo desenho, surgiu no período
a) Paleolítico. c) Mesolítico.
b) Clássico. d) Neolítico.

15 - Para representar a figura humana, a pintura egípcia possuía regras e normas. A lei que regia essa representação humana denominava-se
a) Frontalidade. c) Perspectiva.
b) Lateralidade. d) Egiptologia.

“Em seu todo, constitui uma estrutura utilitária, com três ordens de arcos sobrepostos, a fim de sustentarem os assentos do vasto anfiteatro interior. Mas, na frente  desses arcos, o arquiteto romano colocou uma espécie de cortina de formas gregas. Com efeito aplicou todos os três estilos de construção usados para os templos gregos. O andar térreo é uma variação do estilo dórico,  sendo conservado inclusive as métopes e os tríglifos, o segundo andar e o quarto são meias colunas coríntias. Essa  combinação de estruturas romanas
com formas ou ordens gregas teve uma enorme influência nos arquitetos subsequentes.”
Gombrich, E. H. A História da Arte. Rio de Janeiro, ZAHAR, 1979, págs. 80 e 82
A descrição acima se refere ao/à
a) Maison Carré.
b) Panteão.
c) Partenon.
d) Coliseu.

ARTE EGÍPCIA
Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.

ARQUITETURA

As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.

As características gerais da arquitetura egípcia são:
* solidez e durabilidade;
* sentimento de eternidade; e
* aspecto misterioso e impenetrável.

As pirâmides tinham base quandrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do faraó e seus pertences.

Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três categorias:
Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
Mastaba - túmulo para a nobreza; e
Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.

Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:
Palmiforme - flores de palmeira;
Papiriforme - flores de papiro; e
Lotiforme - flor de lótus.

Para seu conhecimento
Esfinge: representa corpo de leão (força) e cabeça humana (sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus espíritos.
Obelisco: eram colocados à frente dos templos para materializar a luz solar.


ESCULTURA

Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.

ESCULTURA E OURIVESARIA NA ARTE EGÍPCIA
 A escultura egípcia foi antes de tudo animista, encontrando sua razão de ser na eternização do homem após a morte. Foi uma estatuária principalmente religiosa. A representação de um faraó ou um nobre era o substituto físico da morte, sua cópia em caso de decomposição do corpo mumificado. Isso talvez pudesse justificar o exacerbado naturalismo alcançado pelos escultores egípcios, principalmente no império antigo. Com o passar do tempo, a exemplo da pintura, a escultura acabou se estilizando.
 As estatuetas de barro eram peças concebidas como partes complementares do conjunto de objetos no ritual funerário. Já a estatuária monumental de templos e palácios surgiu a partir da dinastia XVIII, como parte da nova arquitetura imperial, de caráter representativo. Paulatinamente, as formas foram se complicando e passaram do realismo ideal para o amaneiramento completo. Com os reis ptolemaicos, a grande influência da Grécia revelou-se na pureza das formas e no aperfeiçoamento das técnicas.
 A princípio, o retrato tridimensional foi privilégio de faraós e sacerdotes. Com o tempo estendeu-se a certos membros da sociedade, como os escribas. Dos retratos reais mais populares merecem menção os dois bustos da rainha Nefertite, que, de acordo com eles, é considerada uma das mulheres mais belas da história universal. Ambos são de autoria de um dos poucos artistas egípcios conhecidos, o escultor Thutmosis, e encontram-se hoje nos museus do Cairo e de Berlim.
Igualmente importantes foram as obras de ourivesaria, cuja maestria e beleza são suficientes para testemunhar a elegância e a ostentação das cortes egípcias. Os materiais mais utilizados eram o ouro, a prata e pedras. As jóias sempre tinham uma função específica (talismãs), a exemplo dos objetos elaborados para os templos e as tumbas. Os ourives também colaboraram na decoração de templos e palácios, revestindo muros com lâminas de ouro e prata lavrados contendo inscrições, dos quais restaram apenas testemunho.

PINTURA

A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.

Suas características gerais são:
* ausência de três dimensões;
* ignorância da profundidade;
* colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e
* Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.

Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.

Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas de escrita:
Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;
Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e
Demótica - a escrita popular.

Livro dos Mortos, ou seja um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, era ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com singular eficácia. Formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.

Para seu conhecimento
Hieróglifos: foi decifrada por Champolion, que descobriu o seu significado em 1822, ela se deu na Pedra de Rosetta que foi encontrada na cidade do mesmo nome no Delta do Nilo.
Mumificação: a) eram retirados o cérebro, os intestinos e outros órgãos vitais, e colocados num vaso de pedra chamado Canopo. b) nas cavidades do corpo eram colocadas resinas aromáticas e perfumes. c) as incisões eram costuradas e o corpo mergulhado num tanque com Nitrato de Potássio. d) Após 70 dias o corpo era lavado e enrolado numa bandagem de algodão, embebida em betume, que servia como impermeabilização.
Quando a Grande Barragem de Assuã foi concluída, em 1970, dezenas de construções antigas do sul do país foram, literalmente, por água abaixo, engolidas pelo Lago Nasser. Entre as raras exceções desse drama do deserto, estão os templos erguidos pelo faraó Ramsés II, em Abu Simbel. Em 1964, uma faraônica operação coordenada pela Unesco com recursos de vários países - um total de 40 milhões de dólares - removeu pedra por pedra e transferiu templos e estátuas para um local 61 metros acima da posição original, longe da margem do lago. O maior deles é o Grande Templo de Ramsés II, encravado na montanha de pedra com suas estátuas do faraó de 20 metros de altura. Além de salvar este valioso patrimônio, a obra prestou uma homenagem ao mais famoso e empreendedor de todos os faraós.
Queóps é a maior das três pirâmides, tinha originalmente 146 metros de altura, um prédio de 48 andares. Nove metros já se foram, graças principalmente à ação corrosiva da poluição vinda do Cairo. Para erguê-la, foram precisos cerca de 2 milhões de blocos de pedras e o trabalho de cem mil homens, durante vinte anos.
 MITOLOGIA EGÍPCIA 
Os deuses do antigo Egito, foram Faraós que reinaram no período pré dinástico. Assim, os mitos foram inspirados em histórias que aconteceram de verdade, milhares de anos antes de sua criação.
Para a cultura do antigo Egito o casamento consangüíneo tinha o sentido de complementaridade, unir céu e terra, seco e úmido, por essa razão diversos deuses eram irmãos que se casavam entre si.
Osiris foi o primeiro Faraó e, que com o passar do tempo foi divinizado. Seu reinado em vida marcou uma época de prosperidade e ao morrer passou a ser o soberano do reino dos mortos.
Os deuses egípcios eram representados ora sob forma humana, ora sob forma de animais, considerados sagrados. O culto de tais animais era um aspecto importante da religião popular dos egípcios. Os teólogos oficiais afirmam que neles encarnava-se uma parcela das forças espirituais e da personalidade de um ou mais deuses. Deve ser entendido que o "deus" não residia em cada vaca ou em cada crocodilo. O culto era dirigido a um só indivíduo da espécie, escolhido de acordo com determinados sinais e entronizado num recinto especial. Ao morrerem, os animais sagrados eram cuidadosamente mumificados e sepultados em cemitérios exclusivos.

OS DEUSES EGÍPCIOS
NUN,  é a divindade mais primitiva do panteão de Heliópolis. Personificava o abismo líquido ou as águas primordiais, a partir do qual todo o mundo foi criado; é a divindade mais velha e sábia de todas. Era representado como um homem barbado, com uma pena na cabeça e portando um cajado. É uma divindade bissexual e à vezes masculino. Nun gerou Atun ( o sol nascente ) e Re ou Rá ( o sol do meio dia ).


AMON, o deus-carneiro de Tebas, rei dos deuses e patrono dos faraós, ele é o senhor dos templos de Luxor e Karnac. Tem por esposa Mut e por filho Khonsu. Passou a ser cultuado por volta de 2000 a.C. e traz algumas funções de Rá, sob o nome de Amon-Rê ou Amon-Rá, o criador dos deuses e da ordem divina. Ele é o sol que dá vida ao país. À época de Ramsés III. Amon tornou-se um título monárquico, mesmo título que Ptah e Rá. Freqüentemente representado como um homem vestido com a túnica real e usando na cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta, igualmente, sob a forma de um carneiro e, mais raramente, de um ganso.
SHU, é o deus do ar e da luz, personificação da atmosfera diurna que sustenta o céu. Tem a tarefa de trazer Rá, o deus Sol, seu pai, e o faraó à vida no começo de cada dia. É representado por um homem barbado usando na cabeça uma pena simples ou quatro longas plumas. É a essência da condição seca, do gênero masculino, calor, luz e perfeição. Aparece frequentemente nas pinturas, como um homem segurando Nut, a deusa do céu, para separá-la de Geb, o deus da Terra. Com Tefnut, sua esposa, formava o primeiro par de divindades da enéade de Heliópolis. Era associado ao Leão.

RÁ ( ou Rê), o criador dos deuses e da ordem divina, recebeu de Nun seu pai (mãe) o domínio sobre a Terra, mas o mundo não estava completamente acabado. Rá se esforçou tanto para terminar o trabalho da criação que chorou. De suas lágrimas, que banharam o solo, surgiram os seres humanos, masculinos e femininos. Eles foram criados como os deuses e os animais e Rá tratou de fazê-los felizes, tudo o que crescia sobre os campos lhes foi dado para que se alimentassem, não deixava faltar o vento fresco, nem o calor do sol, as enchentes ou as vazantes do Nilo. Como era considerado o criador dos homens, os egípcios denominavam-se o "rebanho de Rá". O deus nacional do Egito, o maior de todos os deuses, criador do universo e fonte de toda a vida, era o Sol, objeto de adoração em qualquer lugar. A sede de seu culto ficava em Heliópolis, o mais antigo e próspero centro comercial do Baixo Egito. Na Quinta Dinastia Rá, o Deus-Sol de Heliópolis, tornou-se uma divindade do estado. Foi retratado pela arte egípcia sob muitas formas e denominações e era também representado por um falcão, por um homem com cabeça de falcão ou ainda, mais raramente, por um homem. Quando representado por uma cabeça de falcão estabelecia-se uma identidade com Hórus, outro deus solar adorado em várias partes do país desde tempos remotos.
 

ATUN, Uma das manifestações do deus sol, especialmente ao entardecer, original de Heliópolis, era representado por um homem barbado usando a coroa dupla do faraó e menos freqüentemente, como uma serpente usando as duas coroas do Alto e do Baixo Egito. Era considerado o rei de todos os deuses, aquele que criou o universo. É o mesmo deus Rê ou Rá que gerou Shu o ar e Tefnut a umidade. Atun e Rê ou Rá, foram mais tarde unidos ao deus carneiro de Tebas Amon e ficou conhecido pelo nome de Amon-Rê ou Amon-Rá.


OSÍRIS, irmão e marido de Isis, pai de Hórus. A origem de Osíris consta nos relatos da criação do mundo, sua geração é a ultima a acontecer e não representa mais os elementos materiais (espaço, luz, terra, céu...). Na lenda, que evoca o retorno da vida com a cheia do Nilo, após o período da seca, Osíris é morto, destruído e ressuscitado, representando a morte e renascimento da vegetação e de todos os seres. Por essa razão, ele é o deus dos mortos e do renascimento, rei e juiz supremo do mundo dos mortos. Acredita-se que ele tenha sido o primeiro Faraó e que ensinou aos homens as artes da agricultura e da civilização TEFNUT, considerada a deusa da umidade vivificante, que espera o sol libertar-se do horizonte leste para recebê-lo e não há seca por onde Tefnut passa. A deusa é irmã e mulher de Shu. É o símbolo das dádivas e da generosidade. Ela é retratada como uma mulher com a cabeça de uma leoa, indicando poder. Shu afasta a fome dos mortos, enquanto Tefnut afasta a sede. Shu e Tefnut são os pais de Geb e Nut.
 

ÍSIS, é a mais popular de todas as deusas egípcias, considerada a deusa da família, o modelo de esposa e mãe, invencível e protetora. Usa os poderes da magia para ajudar os necessitados. Ela criou o rio Nilo com as suas lágrimas. Conta a lenda que, após a morte de Osíris, ela transforma-se em um milhafre para chorá-lo, reúne os pedaços de seus despojos, se empenha em reanima-lo e dele concebe um filho, Horus. Ela defende com unhas e dentes seu rebento contra as agressões de seu tio Seth. Perfeita esposa e mãe ela é um dos pilares da coesão sócio-religiosa egípcia. Usa na cabeça um assento com espaldar (trono) que é o hieróglifo de seu nome.

NÉFTIS, é a esposa de Seth, mas quando este trai e assassina Osíris, por quem era apaixonada, ela permanece solidária à Isis, ajudando-a a reunir os membros espalhados do defunto e também tomando a forma de um milhafre para velá-lo e chorá-lo. Como Isis, ela protege os mortos, sarcófagos e um dos vasos canopos. O hieróglifo de seu nome é um cesto colocado sobre uma coluna, que usa na cabeça,. É ainda na campanha de Isis que ela acolhe o sol nascente e o defende contra a terrível serpente Apófis.

  NUT, deusa do céu que acolhe os mortos no seu império, é muitas vezes representada sob a forma de uma vaca. Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra. Nut e Geb são pais de Osiris, Isis, Seth, Néftis e Hathor. Osiris e Isis já se amavam no ventre da mãe e a maldade de Seth, logo ficou evidente, quando ao nascer, este rasgou o ventre da mãe.

GEB, o deus da Terra é irmão e marido de Nut. É o suporte físico do mundo material, sempre deitado sob a curva do corpo de Nut. Ele é o responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas. Ele estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade. Nas pinturas é sempre representado com um ganso sobre a cabeça.
TOTH, divindade à qual era atribuída a revelação ao homem de quase todas as disciplinas intelectuais, a escrita, a aritmética, as ciências em geral e a magia. Era o deus-escriba e o deus letrado por excelência. Havia sido o inventor da escrita hieroglífica e era o escriba dos deuses; senhor da sabedoria e da magia. O que faz dele o patrono dos escribas que lhe endereçam uma prece antes de escrever. "Mestre das palavras divinas". Preside a medida do tempo, o disco na cabeça é a lua, cujas fases ritmam os dias e as noites. Representado como um íbis ou um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno. 



SETH, personifica a ambição e o mal. Considerado o deus da guerra e Senhor do Alto Egito durante o domínio dos Hicsos, tinha seu centro de culto na cidade de Ombos. Embora inicialmente fosse um deus benéfico, com o passar do tempo tornou-se a personificação do mal. Era representado por um homem com a cabeça de um tipo incerto de animal, parecido com um cachorro de focinho e orelhas compridas e cauda ereta, ou ainda como Tífon, um animal imaginário formado por partes de diferentes seres, com a cabeça de um bode, orelhas grandes, como um burro. Associavam-no ao deserto aos trovões e às tempestades. Identificado com o lado negativo da lenda, a luta entre Osiris e Seth era a luta da terra fértil contra a areia do deserto. HÁTOR, personificação das forças benéficas do céu, depois de Isis, é a mais venerada das deusas. Distribuidora do amor e da alegria, deusa do céu e protetora das mulheres, nutriz do deus Hórus e do faraó, patrona do amor, da alegria, da dança e da música. Também é a protetora da necrópole de Tebas, que sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. Seu centro de culto era a cidade de Dendera, mas havia templos dessa divindade por toda parte. É representada na forma de uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, uma mulher com cabeça de vaca ou por uma vaca que usava um disco solar e duas plumas entre os chifres. As vezes é retratada por um rosto de mulher visto de frente e provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas com as extremidades enroladas.
ANÚBIS, filho de Seth e Néftis, é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamares. É na realidade o primeiro entre eles, a quem se deve o protótipo das múmias, a de Osíris. Todo egípcio esperava beneficiar-se em sua morte do mesmo tratamento e do mesmo renascimento desta primeira múmia. Anúbis também introduz os mortos no além e protege seus túmulos com a forma de um cão, vigilante, deitado em uma capela ou caixão. Anúbis era também associado ao chacal, animal que freqüentava as necrópoles e que tem por hábito desenterrar ossos, paradoxalmente representava para os egípcios a divindade considerada a guarda fiel dos túmulos. No reino dos mortos, era associado ao palácio de Osiris, na forma de um homem com cabeça de cão ou chacal, era o juiz que, após uma série de provas por que passava o defunto, dizia se este era justo e merecia ser bem recebido no além túmulo ou se, ao contrário, seria devorado por um terrível monstro, Amut. Anúbis tinha seu centro de culto em Cinópolis.
HÓRUS, filho de Isis e Osíris, Horus teve uma infância difícil, sua mãe teve de escondê-lo de seu tio Seth que cobiçava o trono de seu pai Osiris. Após ter triunfado sobre Seth e as forças da desordem, ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra. Ele é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão, sempre usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o sol e a lua. Com o nome de "Horus do horizonte", assume uma das formas do sol, a que clareia a terra durante o dia. Mantenedor do universo e de todo tipo de vida, Horus era adorado em todo lugar. Ele é considerado o mais importante de todos os deuses, aquele que guia as almas até o Dwat ( Reino dos Mortos ).

MAÁT, esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de avestruz, representa a justiça e a verdade, o equilíbrio, a harmonia do Universo tal como foi criado inicialmente. É também a deusa do senso de realidade. Filha de Rá e de um passarinho que apaixonando-se pela luminosidade e calor do Sol, subiu em sua direção até morrer queimado. No momento da incineração uma pena voou. Era Maat. É a pena usada por Anúbis para pesar o coraçáo daqueles que ingressam no Dwat. Em sociedade, este respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade, justiça; no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato que o tratamento que se inflige aos outros pode nos ser infligido. É Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses nos templos. Protetora dos templos e tribunais.
PTAH, deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império, Ptah é "aquele que afeiçoou os deuses e fez os homens" e "que criou as artes". Concebeu o mundo em pensamento e o criou por sua palavra. Seu grande sacerdote chama-se "o superior dos artesãos". É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais, particularmente pelos ourives. Tem o préstimo dos operários de Deir el-Medineh. Apresenta-se com uma vestimenta colante que lhe dá a impressão de estar sem pescoço e usando na cabeça uma calota. Tem como esposa a deusa Sekhmet e por filho Nefertum, o deus do nenúfar ( plantas aquáticas ).
 


SEKHMET, uma mulher com cabeça de leoa, encimada pelo disco solar, era uma de suas representações que, por sua vez, simbolizava os poderes destrutivos do Sol. Embora fosse uma leoa sanguinária, também operava curas e tinha um frágil corpo de moça. Era a deusa cruel da guerra e das batalhas e tanto causava quanto curava epidemias. Essa divindade feroz era adorada na cidade de Mênfis. Sua juba ( dizem os textos ) era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue, seu rosto brilhava como o sol... o deserto ficava envolto em poeira, quando sua cauda o varria...

BASTET, uma gata ou uma mulher com cabeça de gata simbolizava a deusa Bastet e representava os poderes benéficos do Sol. Seu centro de culto era Bubástis, cujo nome em egípcio ( Per Bast ) significa a casa de Bastet. Em seu templo naquela cidade a deusa-gata era adorada desde o Antigo Império e suas efígies eram bastante numerosas, existindo, hoje, muitos exemplares delas pelo mundo. Quando os reis líbios da XXII dinastia fizeram de Bubástis sua capital, por volta de 944 a.C., o culto da deusa tornou-se particularmente desenvolvido.

KHNUM, um dos deuses relacionados com a criação era simbolizado por um carneiro, animal considerado excepcionalmente prolífico pelos egípcios. Segundo a lenda, o deus Khnum, um homem com cabeça de carneiro, era quem modelava, em seu forno de oleiro, os corpos dos deuses e, também, dos homens e mulheres, pois plasmava em sua roda todas as crianças ainda por nascer. Principal deus da Ilha Elefantina, localizada ao norte da primeira catarata do Nilo, onde as águas são alternadamente tranquilas e revoltas. Tem duas esposas Anuket (águas calmas) e Sati ( a inundação). Um dos velhos deuses cósmicos, é descrito como autor das coisas que são, origem das coisas criadas, pai dos pais e mãe das mães. Sua esposa Anuket ou Heqet, deusa com cabeça de rã, também era associada à criação e ao nascimento.
 
SEBEK, um crocodilo ou um homem com cabeça de crocodilo representavam essa divindade aliada do implacável deus Seth. O deus-crocodilo, era venerado em cidades que dependiam da água, como Crocodilópolis, seu centro de culto, na região do Faium, onde os sáurios eram criados em tanques e adornados com jóias, eram protegidos, nutridos e domesticados. Um homem ferido ou morto por um crocodilo era considerado privilegiado. A adoração desse animal foi sobretudo importante durante o Médio Império.
 
TUÉRIS, (Taueret ) era a deusa-hipopótamo que protegia as mulheres grávidas e os nascimentos. Ela assegurava fertilidade e partos sem perigo. Adorada em Tebas, é representada em inúmeras estátuas e estatuetas sob os traços de um hipopótamo fêmea erguido, com patas de leão, de mamas pendentes e costas terminadas por uma espécie de cauda de crocodilo. Além de amparar as crianças, Tueris também protegia qualquer pessoa de más influências durante o sono.

KHEPRA, (escaravelho, em egípcio) ou um homem com um escaravelho no lugar da cabeça também representavam o deus-Sol. Nesse caso o besouro simbolizava o deus Khepra e sua função era nada menos que a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que empurrava pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressurreição, os escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria encontradas nos túmulos egípcios.

ÁPIS, o boi sagrado que os antigos egípcios consideravam como a expressão mais completa da divindade sob a forma animal e que encarnava, ao mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah. O culto do boi Ápis, em Mênfis, existia desde a I dinastia pelo menos. Também em Heliópolis e Hermópolis este animal era venerado desde tempos remotos. Essa antiga divindade agrária, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.

   BABUINO ou cinocéfalo é um grande macaco africano, cuja cabeça oferece alguma semelhança com os cães. No antigo Egito este animal estava associado ao deus Thoth, considerado o deus da escrita, do cálculo e das atividades intelectuais. Era o deus local em Hermópolis, principal cidade do Médio Egito. Deuses particularmente numerosos parecem ter se fundido no deus Thoth: deuses-serpentes, deuses-rãs, um deus-íbis, um deus-lua e este deus-macaco.

Í BIS, uma ave pernalta de bico longo e recurvado. Existe uma espécie negra e outra de plumagem castanha com reflexos dourados, mas era o íbis branco, ou íbis sagrado, que era considerado pelos egípcios como encarnação do deus Thoth. Esta ave tem parte da cabeça e todo o pescoço desprovido de penas. Sua plumagem é branca, exceto a da cabeça, da extremidade das asas e da cauda, que é muito negra. Um homem com cabeça de íbis, era outra das representações daquele deus.

APÓFIS, a serpente que habitava o além-túmulo, representava as tempestades e as trevas. É descrita no chamado Livro de Him no Inferno, uma obra que narra a viagem do deus-Sol pelo reino das sombras durante a noite. Nessa jornada, enquanto visitava o reino dos mortos, a divindade lutava contra vários demônios que tentavam impedir sua passagem. As serpentes estavam entre os adversários mais perigosos e o demônio líder de todos eles era Apófis a grande serpente.

A mitologia egípcia inclui muitos deuses e deusas, entretanto, geralmente representam o mesmo conjunto de forças e arquétipos. O grupo acima descrito, resume de modo satisfatório o grande panorama da religião egípcia que perdurou durante milênios.



A A MÚSICA, O CANTO E A DANÇA
Embora os antigos egípcios não tivessem um termo específico que correspondesse à nossa palavra música, executavam e ouviam uma excepcional variedade dela. Alguns instrumentos musicais já eram conhecidos desde os primeiros tempos e muitos deles foram encontrados pelos arqueólogos.
Nos túmulos eram frequentemente representadas cenas de banquetes nas quais músicos, cantores e bailarinos apareciam em destaque. É o caso, por exemplo, deste harpista cego de um túmulo da XII dinastia. Tais representações se intensificaram no Império Novo (c. 1550 a 1070 a.C.). Como nestas festas domésticas geralmente homens e mulheres ficavam em ambientes separados, era usual que as mulheres tivessem moças que tocavam para elas, enquanto que os homens escutavam outro conjunto de músicos masculinos.
Infelizmente não temos documentação sobre as melodias, os rítmos e os passos das danças. Apesar disso, é possível reconstituir um pouco da vida musical, dos instrumentos e dos músicos do Egito antigo, graças ao que temos: as palavras das canções; as ilustrações mostrando músicos, cantores e dançarinos; a denominação das pessoas que exerciam tais profissões e os instrumentos depositados como objetos funerários e encontrados em tumbas de quase todas as épocas da história egípcia. Nos relevos achados até hoje jamais aparecem músicos tendo à sua frente um papiro como partitura. Isso levou os arqueólogos a suporem que os egípcios não tinham um sistema musical escrito.
Os principais instrumentos utilizados eram, sem dúvida, flautas, clarinetes e harpas, empregados principalmente por ocasião de festividades religiosas ou da vida cotidiana para execução de uma música circunstancial. Juntavam-se a eles o duplo oboé, a trombeta, o alaúde e a lira. Os instrumentos de percussão normais eram o pandeiro e o tambor, enquanto que os sistros e crótalos eram utilizados como instrumentos de percussão em rituais. Embora o rítmo musical fosse marcado pelos percussionistas, essa função era às vezes substituída pelas palmas.
Ainda que houvesse manifestações musicais nos lares, eram os músicos dos cultos e dos templos que realizavam a maior parte dos eventos nos quais a música tivesse importância. As pessoas acreditavam que os deuses apreciavam e eram pacificados pelas manifestações musicais. Papel de destaque tiveram, a partir do Império Novo, as cantoras desta ou daquela divindade, cuja função consistia justamente em oficiar como executantes do respectivo templo nas cerimonias de culto. É sabido que apenas o faraó e os sumo sacerdotes podiam ver as estátuas de culto das divindades que ficavam nos santuários dos templos. Portanto, se músicos tocavam diante dessas estátuas, pressume-se que teriam que ser cegos. De fato, harpistas masculinos cegos são mostrados em algumas paredes das tumbas, como o que vemos no alto desta página, o que leva a concluir, também, que não havia discriminação social com relação aos deficientes físicos. Em síntese, as atividades musicais faziam parte dos rituais diários dos templos, apareciam com grande destaque nos festivais dedicados aos deuses e ainda faziam parte dos ritos religiosos mais pessoais como era o caso, por exemplo, dos nascimentos e falecimentos.
Canto e dança também faziam parte integrante da vida musical egípcia. Em um papiro do Império Novo, conhecido como Os Ensinamentos de Ani, está dito que o canto, a dança e o incenso são o alimento dos deuses. Pelo menos um instrumento acompanhava quase todas as canções entoadas. O desenvolvimento melódico e a estrutura rítmica da música e do canto eram indicados pelos movimentos das mãos e por gestos transmitidos aos respectivos músicos através da mímica por uma espécie de líderes, denominados atualmente de quirônomos ou quironomistas. A realidade é que em vários relevos do Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.), ao lado dos instrumentistas, vemos um personagem que faz sinais com as mãos havendo uma relação entre a posição das mãos do instrumentista e os sinais deste personagem. Ao que parece, tais sinais foram a mais antiga forma de notação musical. Considerando que nos desenhos podem aparecer até três quironomistas na mesma cena, parece claro que eles não dirigiam o conjunto como se fossem maestros, mas realmente indicavam as notas que deveriam ser tocadas. Os quirônomos desapareceram a partir do Império Novo.
Os cantos assim estruturados comportavam diferentes gêneros melódicos. Podemos muito bem distinguir os cantos do trabalho de camponeses, de pastores, de pescadores, das mulheres ceifeiras e dos artífices e, ainda, as canções de amor, de entretenimento e, por último mas não menos importante, os cantos fúnebres. Cantar era um elemento fundamental, por exemplo, dos ritos associados com a agricultura. As ceifeiras poderiam cantar um lamento, acompanhado por uma flauta, para expressar sua tristeza pelo primeiro corte da colheita, ato que se pensava siombolizar um ferimento em Osíris, o deus da vegetação.
Também dispomos de informações referentes à formação dos cantores e cantoras. Eles eram instruídos em verdadeiras escolas de canto e tinham uma importante posição dentro da corte faraônica. É egípcio o primeiro músico da história universal cujo nome chegou até nós: chamava-se Khoufouankh, tocava no palácio do rei Userkaf (c. 2465 a 2458 a.C.), da V dinastia, ocupava o posto de cantor, diretor dos cantores e flautista da corte. Por seu prestígio teve permissão de erigir seu túmulo, primorosamente decorado, nas proximidades das pirâmides de Gizé.
Estamos também bem informados — esclarece o professor de egiptologia da Universidade de Constança, Wilfried Seipel — sobre os diferentes gêneros coreográficos em uso desde o Império Antigo graças às numerosas representações conservadas nas tumbas. Do Império Antigo ao Império Novo, e ainda no Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.), havia diferentes danças, algumas calmas, sérias, outras, ao contrário, cheias de vida, exuberantes, para não dizer orgiásticas. A maior parte era executada por moças jovens ou mulheres, mas encontramos excepcionalmente algumas danças complicadas executadas por homens.
As dançarinas representadas nas tumbas do Império Novo, com seus longos penteados ou suas grandes perucas, enfeitadas com colares e brincos, estão frequentemente vestidas com longas vestes de linho transparente, que mais revelam o corpo do que o escondem, mas às vezes não trazem mais do que um simples cinto estreito apertado ao redor dos quadris. Crótalos nas mãos, essas jovens moças, alegremente, rodopiavam sobre si mesmas e mantinham toda a audiência sob o encantamento de sua graça e de seus atrativos.
Estatuetas femininas com os braços levantados ou pinturas em cerâmica sobre o tema da dança, datadas do período pré-dinástico, ou seja, muito anteriores a 3000 anos a.C., demonstram que esta é uma manifestação artística bem antiga para os egípcios. Danças podiam ocorrer durante cerimônias religiosas e, ainda, em banquetes e festas populares. Ao término das colheitas, por exemplo, os camponeses dançavam em sinal de alegria. As danças relacionadas aos ritos agrícolas tinham dois objetivos principais: estimular o crescimento da vegetação e agradecer aos deuses os bons resultados. Em um conto intitulado O Nascimento das Crianças Reais, datado do Império Médio, as parteiras que chegam à casa de uma mulher que está em trabalho de parto chegam disfarçadas como dançarinas, quando na realidade são deusas. Pode muito bem ter sido comum que as dançarinas tenham tido um papel relevante na hora dos nascimentos. Havia também danças guerreiras, simbolicamente representando a vitória almejada.
Entretanto, de modo geral, bailarinos e bailarinas eram profissionais doofício e costumavam fazer parte do pessoal adjunto aos templos. Embora alguns passos pudessem ser come-didos, delicados e graciosos, havia também verdadeiras danças acrobáticas, como bem retratam vários relevos antigos. Em alguns deles se percebe, perfeitamente, a musculosidade das pernas das bailarinas, atestando que faziam dessa atividade a sua profissão. A figura acima, uma ostraca de calcário com 16,8 cm de largura da XIX dinastia (c. 1307 a 1196 a.C.), proveniente de Deir el-Medina, a aldeia situada a oeste de Tebas que abrigava construtores de túmulos, mostra o esboço de uma dançarina acrobática. Observe a curiosa posição do brinco que "cai para cima".
A coreografia podia reunir grupos ou pares, mas sempre do mesmo sexo, e na maioria das vezes eram as mulheres que se exibiam, sobretudo nas danças funerárias das quais só elas participavam. Aqui o objetivo era o de alegrar o espírito do morto e espantar os maus espíritos. Nas principais cerimônias em que o faraó comparecia como, por exemplo, quando se erigia o pilar djed, um rito cujo objetivo era dar vida ao deus Osíris; na festa do Heb Sed, um festival no qual o rei passava por um sacrifício simbólico de morte e ressureição; ou na festa de Opet, a maior festividade do ano, na qual Amon era carregado em barcos dourados nos ombros dos sacerdotes, a dança também estava presente.
A deusa Hátor e o deus Bes eram divindades protetoras da música e da dança. Algumas bailarinas costumavam tatuar a perna com imagens do deus Bes. Nas festividades oferecidas não apenas à deusa Hátor, mas também à deusa Bastet, a coreografia assumia grande destaque. Em festividades religiosas podia haver a presença de bailarinos estrangeiros, tais como núbios e líbios, o que ocorreu principalmente no decorrer do Império Novo. Desde os tempos da V dinastia (c. 2465 a.C.) que anões com máscaras leoninas parecem ter sido reunidos aos grupos de mulheres que cantavam e dançavam em ocasiões religiosas. Em alguns casos em que as danças tinham caráter cômico, era muito apreciada a presença de pigmeus.
Sobre a Dança do Ventre
Primitivamente, o conceito de Deus era feminino, associado a uma GRANDE MÃE. A veneração a divindades femininas era parte integrante das tradições sagradas mais antigas. Nos rituais eram realizadas danças que simbolizavam a origem da vida, através de movimentos ondulatórios rítmicos no ventre. Em vários lugares foram encontrados indícios desse tipo de ritual, como por exemplo: Mesopotâmia, Egito, Anatólia. Posteriormente, a dança passou a ser realizada exclusivamente por sacerdotisas dentro dos templos, com total sincronia com os ritmos musicais.
Embora existam ainda controvérsias sobre a origem da Dança do Ventre, a hipótese mais provável é que tenha surgido no Egito a mais ou menos 1500 a.C em rituais em que as sacerdotisas homenageavam a Deusa da fertilidade, Ísis.
Após a invasão do Egito pelo povo árabe em 638 d.C, a dança foi incorporada à cultura árabe, deixando de ser apenas prática sagrada e assumindo caráter mais festivo, passando a ser realizada em festas populares e palaciais.
A princípio, os nomes reais da Dança do ventre eram: Dança oriental, conhecida nos países árabes; Racks el Chark, que significa Dança do Leste.
A nomenclatura Dança do Ventre foi dada pelos franceses, pois nessa dança a bailarina concentrava os movimentos no quadril quase que exclusivamente.
O Egito foi o palco principal do desenvolvimento da dança do ventre. Meninas eram treinadas desde pequenas para servirem como “Canal de manifestação da Deusa Isis” nos rituais religiosos.
Os rituais eram iniciados com as sacerdotisas dançando e cantando para que a Deusa se manifestasse, depois eram feitas oferendas de flores de lótus, incensos, essências, água e frutas. Sem a presença das sacerdotisas, as cerimônias não poderiam acontecer. A dança do ventre era ensinada de geração a geração até a queda do Império egípcio, quando o povo egípcio passou a sofrer influência de outros povos.
 A dança do ventre se espalhou por todos os países às margens do deserto do Saara ao longo dos anos. Na turquia é chamada de “gobek dans”. Na Arábia Saudita, antigamente a dança do ventre era sagrada e não podia ser vista por homens.

História da dança do ventre
nas antigas civilizações

Mesopotâmia
Os mesopotâmios cultuavam as forças da natureza, acreditavam na imortalidade e possuíam complexas crenças filosóficas a respeito do papel do homem na terra. A religião mesopotâmia foi determinante na arte, na sociedade, na política, na formação das leis, e na economia deste povo. Acreditavam também na existência de demônios, espíritos maus que causavam doenças e desgraças, e que deveriam ser conjurados nos rituais de magia.
A natureza humana para esse povo era ao mesmo tempo terrena e divina. O espírito do homem sobrevivia à morte, porém tinha uma existência sombria no reino dos mortos. O destino do homem era servir aos deuses e seus templos, para que estes pudessem viver com classe governante. O homem era apenas um meio para a vida das divindades.
A natureza humana para esse povo era ao mesmo tempo terrena e divina. O espírito do homem sobrevivia à morte, porém tinha uma existência sombria no reino dos mortos. O destino do homem era servir aos deuses e seus templos, para que estes pudessem viver com classe governante. O homem era apenas um meio para a vida das divindades.
Assim sendo, os templos eram os centros da vida econômica política e cultural. O governante cuidava do templo regido pelo deus da sua cidade, enquanto sua mulher dedicava-se ao templo da deusa local.
A relação entre poder humano e divino era completa. As sacerdotisas tinham sangue real e eram consideradas esposas humanas dos deuses, moravam nos templos depois do seu casamento ou iniciação. Algumas dessas sacerdotisas dedicavam-se ao culto da deusa Inana ou Ishtar. No princípio desta civilização, Ishtar era a deusa da fertilidade, um dos aspectos da mãe divina, representando também o poder criativo do ser humano. Em homenagem a ela, as dançarinas dos templos executavam seus bailados sagrados. Com a degradação dessa civilização, essa deusa antes reconhecida como a mãe do céu, tornou-se mãe das prostitutas. Os templos foram profanados, e as sacerdotisas tiveram sua função totalmente desvirtuada.
Especula-se em torno da existência de templos nhá mesopotâmia que praticavam a prostituição sagrada. Onde as sacerdotisas destes lugares mantinham relações sexuais com qualquer homem que as procurasse para esse fim, com o objetivo de abençoar os seres humanos, já que acreditavam possuídas pela divindade nestas ocasiões. Existem muitos boatos e pouca comprovação científica em torno dessas práticas. Especula-se que tenha havido um único templo com essa finalidade, cuja fama atingiu toda a civilização.
Dentre os mesopotâmios, destacam-se os sumérios.
Suméria
É uma das mais antigas civilizações da história, localizada no extremo sul da mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, onde depois se desenvolveu a Babilônia. Atualmente, o território pertence ao sul do Iraque, numa área situada entre Bagdá e o Golfo Pérsico. O povo sumério tem origem desconhecida, e já formavam uma nação dominante cerca de 4500 anos a. C.
Acredita-se que tenha vindo da Anatólia (atual região da Turquia). Drenaram os pântanos para a agricultura, desenvolveram o comércio e desenvolveram indústrias, entre as quais manufaturas de couro, metal, cerâmica alvenaria e tecelagem.
Aos sumérios está atribuída a invenção da escrita cuneiforme, a mais antiga forma grafada para representar os sons da língua; os primeiros veículos sobre rodas e os primeiros tornos de cerâmica.
Os sumérios deixaram maravilhosas contribuições na literatura, produziram inúmeros poemas, epopéias, hinos lamentações, provérbios etc.
O povo sumério era extremamente religioso, possuíam muitos templos e cultuavam a Deusa Ishtar ou Inana como a grande mãe. Naquele tempo, cultura e religião se confundiam e, os templos eram verdadeiras bibliotecas contendo todo o conhecimento humano relativo à época.

Babilônia
A capital mais famosa de toda Mesopotâmia foi a Babilônia, famosa por seus belos edifícios e construções monumentais; como os jardins suspensos, considerados entre as sete maravilhas do mundo antigo. Famosa também pelo poder e esplendor cultural, foi colônia comercial em épocas de domínio Sumério. Conseguiu se sobrepor à civilização Mesopotâmica graças à estratégica posição geográfica e ao intenso tráfico mercantil.
Localizada às margens do rio Eufrates ao sul da futura Bagdá, o nome de babilônia no idioma acádico significa “porta de deus”. Era, portanto uma cidade sagrada protegida por altas muralhas, nas quais se abriam portas de acesso. Dessas portas amais famosa é a construída em homenagem à deusa Ishtar.
A sociedade Babilônia apresentava uma estrutura interessante: O rei era considerado o substituto da divindade e por isso era poderoso e temido. Os sacerdotes, os funcionários reais e os grandes proprietários formavam a segunda categoria de homens superiores, que eram também homens livres. Em terceiro, vinham os escravos, adquiridos pela compra ou capturados em guerras. E a última categoria social era a dos homens pobres, sem recursos; que embora fossem livres de nascimento, poderiam cair na escravidão caso não pagassem suas dívidas.
A família era a base social, e os matrimônios deveriam se estabelecer de forma estável e duradoura. Os casamentos eram monogâmicos, regidos por um contrato, realizado pelo marido diante de testemunhas no qual se estabeleciam os direitos e obrigações da esposa. O homem era a autoridade e possuía total independência no manejo dos bens.

EGITO
É bastante comum encontrar no ocidente informações que dão conta do surgimento da dança do ventre dentro de templos do antigo Egito, mais especificadamente nos cultos á deusa Isis. Porém, quando a civilização egípcia começou a se consolidar e prosperar como nação, a dança e os cultos em homenagem à grande deusa já existiam a muito tempo.

Pode ser que, como aconteceu na Grécia e Fenícia, os cultos da deusa Isis tenham incorporado rituais antigos, como os cultos à deusa Hathor, utilizando a dança como forma de ritual de adoração, já qua esta deusa egípcia possui as qualidades atribuídas à mãe Divina. É provável também que os egípcios antigos, tenham desenvolvido de forma especial a música e a dança durante suas manifestações religiosas.
A civilização egípcia antiga facina o mundo todo por sua grandiosidade e seus conhecimentos: na arquitetura, construção das pirâmides e câmaras funerárias dos faraós, na medicina, além das técnicas de mumificação, os egípcios podiam realizar complexas cirurgias, na astronomia, astrologia e nas artes, a pintura, a escultura, a escrita através dos hieróglifos e as danças.
No antigo Egito, os dançarinos de templos (homens e mulheres) formavam uma classe especial dentro da sociedade. Sua função era divertir a aristocracia, já que reis e suas famílias não dançavam. Muitos eram de origem estrangeira e apresentavam basicamente dois tipos de espetáculo: o mímico, contando histórias através de gestos e posturas corporais; e uma espécie de ginástica com flexibilidade e equilíbrio.
Muitas informações sobre a dança chegaram a te nós através das representações em pinturas nas paredes das câmaras funerárias e nos papiros. Sabe-se que além do caráter religioso, as danças em geral, tinham características de entretenimento nos palácios dos faraós. Por vezes as danças eram encomendadas e baseadas num tema proposto. Muitas dessas pinturas mostram bailarinas realizando movimentos acrobáticos próximos do contorcionismo.
Aliás, esses movimentos são similares ao realizados dentro dos templos indianos pelos dançarinos que lá viviam. Mais uma vez as coincidências entre as civilizações antigas do Egito e da Índia se evidenciam. Talvez a grande diferença entre as duas civilizações apareça sob outro aspecto: enquanto muito da cultura indiana chegou até nossos dias por meio dos textos e dos hábitos mantidos principalmente pelos seguidores do hinduísmo, o Egito antigo, em vários aspectos ainda continua a ser um mistério.
ATIVIDADE 5
QUESTÃO 1: Leia o texto e responda:

Egito 

Parece não restarem dúvidas de que o Egito foi uma das maiores e mais grandiosas civilizações do passado. Outras civilizações posteriores como a Grécia e o Império Romano reconheceram e buscaram informações e tecnologias da época dos Faraós. Também foi em razão da multiplicidade de deidades egípcias que outras civilizações adotaram a fascinação do panteísmo egípcio e suas atividades ocultistas.
 
No século XVIII AD houve um grande crescimento do interesse pela civilização egípcia em razão das várias descobertas de escavações, onde foram encontradas cidades antigas, templos e tumbas na região do atual Egito. 
O Egito possui três áreas geograficamente distintas: o delta, o vale do Nilo e o deserto. Historicamente a região do delta situada ao norte e o vale do Nilo no sul são historicamente conhecidos como o baixo e o alto Egito, respectivamente. Faraós reinaram sobre ambas as regiões e usavam as coroas vermelha e branca (Pschest) representando as duas terras. 
Os Faraós não eram reconhecidos como simples figuras humanas, mas eram deificados na coroação e era dito entre os egípcios que cabia ao Faraó manter a ordem na terra e no universo cósmico. Esta ordem era conhecida como Maat. 
Existe muita especulação em torno do surgimento desta antiga civilização, contudo, após a introdução do papiro, os escritos puderam ajudar na localização no tempo desta civilização, o que parece ter ocorrido por volta do século IV AC. 
O período chamado de pré-dinástico refere-se ao período anterior a unificação do Egito sob o governo de um único rei (Faraó). Contudo, o material arqueológico disponível para documentar o período pré-dinástico é bastante precário. Contudo, se adicionadas outras fontes históricas, o período pré-dinástico teria se situado em torno de 5000 AC. (O que parece não encontrar consenso entre todos os historiadores). A localidade mais antiga daquela civilização, Merimde Beni Salamais, no norte do Egito, foi datada de 4750 AC., tendo sido lá encontrados vestígios de uma localidade com notável nível de urbanização. Embora a maioria do material que sustenta a história do período pré-dinástico provenha do sul do Egito. 
Os egípcios dedicavam-se à agricultura e à criação de animais, sendo também uma sociedade onde a pesca apresentava papel importante na economia. O conhecido vale do Nilo, com suas cheias e vazantes, propiciava o preparo do solo para a agricultura, daí ter sido o Egito chamado de dádiva do Nilo. 
Achados de cerâmica, olaria e escritas hieroglíficas são mais freqüentemente datadas de um período posterior a 3000 AC. , constituindo-se juntamente com os monumentos, tumbas e templos escavados, a mais importante coleção de material arqueológico daquela civilização. 

O início da civilização egípcia parece remontar a 3000 a.C. e parece haver sólido consenso entre historiadores sobre este período. A história egípcia é freqüentemente classificada, ou agrupada em diferentes dinastias, sendo de vinte o total provável de dinastias que dominaram o Egito. 
A civilização egípcia se desenvolveu às margens do rio Nilo, e era inicialmente dividida em duas regiões que foram unificadas no tempo do rei Nemes, o mesmo rei que, segundo o historiador Heródoto, fundou a cidade de Menfis. Foi também nesse período que os egípcios iniciaram a confecção de material escrito utilizando-se do papiro, que logo passou a ser usado para a elaboração de documentos para a administração real sobre o Egito. 
A figura do rei (Faraó) era comumente identificada como uma deidade e freqüentemente mesclada com algum deus egípcio como Horus ou Seth. 
Foi por volta da terceira dinastia que tiveram início a construção de grandes monumentos e das famosas pirâmides egípcias. 
Por volta da décima quarta dinastia egípcia, houve a entrada no território egípcio de um povo asiático conhecido como Hiksos, vindo este povo a assumir preponderância social no Egito vindo a reinar sobre o Egito por cerca de dois séculos. O nome Hiksos parece significar governadores de uma terra estrangeira. O historiador judeu Josefus, do século I A.D. faz referência aos Hiksos em seus escritos. 
A décima oitava dinastia egípcia talvez seja a mais conhecida de todas as vinte dinastias. Durante este período o Egito ampliou suas relações com outras nações e experimentou uma considerável prosperidade econômica que viria a ser deixada como legado à décima nona dinastia egípcia. Foi durante a décima oitava dinastia que os Hiksos foram expulsos do Egito sob a liderança de Ahmose. Foi ainda durante a décima oitava dinastia egípcia que viveu o conhecido Tutamkamon. 
Os Faraós Ramsés I e Ramsés II foram os Faraós mais conhecidos da décima nona dinastia egípcia, e neste período os Hititas, povo oriundo da Ásia, formou um poderoso reino que competia em dominação com os egípcios, tendo a História registrado um período de guerras e de negociações entre egípcios e Hititas. 
O último grande Faraó do Egito foi Ramsés III quando o Egito experimentou seu último momento de glória tendo derrotado povos que haviam feito guerra e derrotado os Hititas. 
Após Ramsés III a economia e a organização social egípcia adentraram em um período de decadência que terminou com a glória desta civilização da antiguidade. 

ARTE ROMANA
Entre as civilizações do mundo antigo, a dos romanos é, sem dúvida, aquela a que mais temos acesso, uma vez que eles nos deixaram um vasto legado literário, que nos permite traçar sua història com uma riqueza de detalhes que nunca nos cansamos de admirar. Paradoxalmente, no entanto, poucas questões são mais difíceis de responder do que a que fazemos a seguir: "O que é a arte romana?" O gênio romano, tão facilmente identificàvel em qualquer outra esfera de atividade humana, torna-se estranhamente enganoso quando perguntarnos se existiu um estilo romano nas artes. Por que isso acontece? A razão mais òbvia é a grande admiração que os romanos tinharn pela arte grega de todos os tipos e períodos. Não só importavarn milhares de originais de épocas anteriores e deles fazian um número ainda maior de cópias, como também as suas pròprias criações eram clararnente baseadas em fontes gregas, sendo que muitos de seus artístas erarn de origem grega. Mas, além da temática diferente, o fato é que, coino um todo, a arte criada sob o patrocínio romano parece nitidamente diferente da arte grega e apresenta qualidades positivas não gregas que expressarn diferente intenções. Assim, não devemos insistir em avaliar a arte romana segundo os padrões da arte grega, perto da qual poderia parecer, superficialmente, uma fase final e decadente.

O Império Romano foi uma sociedade extraordinariamente aberta e cosmopolita, que absorveu os traços regionais num modelo comum totalmente romano, homogêneo e diversificado ao mesmo tempo. A "romanidade" da arte romana deve ser buscada nesse modelo complexo, e não numa única e consistente qualidade formal.

(Janson, H. W e Janson, Antony F. Iniciação á História da Arte. São Paulo, Livraria Martins Fontes Editora.)

ARQUITETURA

A arquitetura romana mesclou influências etruscas, gregas, com as característica de sua própria civilização, principalmente a partir do século II a.C., quando as conquistas romanas possibilitaram a formação de uma elite enriquecida e ao mesmo tempo fortaleceu o Estado.

Dos etruscos herdaram as técnicas que lhes permitiram a utlizazação do 
arco e da abóbada. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos Jônio, Dório e coríntio, aos quais associaram novos estilos, como o toscano.

No enanto, a arquitetura romana, se foi fortemente influenciada pela cultura grega, desenvolveu, por sua vez obras que retratavam uma nova realidade, diferente daquela vivida por gregos, em qualquer período de sua história. Nesse sentido destaca-se a imponência e a grandiosidade das construções romanas, refletindo as conquistas e a riqueza desta sociedade - templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos - eram obras que apresentavam dimensões monumentais.

Os romanos ainda construíram aquedutos que transportavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.

Da mesma maneira encontramos obras particulares, mansões nas cidades e em seus arredores, refletindo a riqueza de patrícios e posteriormente dos homens novos. O enriquecimento proveniente das conquista foi responsável pelo desenvolvimento do gosto pelo luxo, e pode ser percebido também nas construções.

AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ARQUITETURA ROMANA SÃO:
  • busca do útil imediato, senso de realismo
  • grandeza material, realçando a idéia de força
  • energia e sentimento
  • predomínio do caráter sobre a beleza
  • originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

1) RELIGIÃO: TEMPLOS

Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.

2) COMÉRCIO E CIVISMO: BASÍLICA

A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.

3) HIGIENE: TERMAS

Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.

4) DIVERTIMENTOS

a) Circo
Extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos:
jogos circenses - corridas de carros; ginásios - incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus".
b) Teatro
Imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.
c) Anfiteatro
O povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo.
Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.

5) MONUMENTOS DECORATIVOS

a) Arco de Triunfo
Pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém.
b) Coluna Triunfal
A mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos.

6) MORADIA: CASA     Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.
Escultura

A influência grega fez com que surgissem em Roma os copistas, que retratavam com extrema fidelidade as principais obras clássicas, de homens consagrados como Fídias e Praxítel

O racionalismo e a fidelidade ao real orientaram a produção da estatuária romana e serviram para satisfazer o desejo de glorificação pessoal e de comemoração de conquistas e grandes feitos. Proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade.
A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos que se desenvolveram na fachada de templos e dos Arcos de triunfo.

Pintura
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.
O conhecimento sobre a pintura romana deve-se em grande parte a descoberta de Pompéia, cidade que foi soterrada pela erupção do Vesúvio no ano 79 e descoberta no século XVIII. Encontramos na cidade diversas pinturas, de caráter
decorativo, ornamentando os palácios e os aposentos das residências, reproduzindo paisagens, a fauna, a flora e cenas bucólicas; também retratavam seus habitantes, com grande fidelidade.

Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.

MÚSICA E DANÇA

A cultura musical do leste do Mediterrâneo, sobretudo da Grécia, trazida pelas legiões romanas em seu retorno, foi modificada e simplificada. Mesmo assim, suas teorias musicais e acústicas, princípios de construção de instrumentos, sistema de notação e acervo de melodias predominaram e formaram a base de toda a música ocidental posterior.
Na dança, ao contrário do que ocorreu em outras artes, o Império Romano não seguiu os passos da cultura etrusca, que evidenciou, na abundante decoração funerária, o importante papel que concedia a essa arte. Aparentemente, as mulheres etruscas desempenhavam um importante papel nas danças em pares, realizadas sem máscaras em locais públicos.
A cultura romana, em seu sóbrio racionalismo, era avessa à dança, que, até o início do século III, restringia-se a formas processionais, ligadas a ritos de guerra e agrícolas. Mais tarde, a influência etrusca e grega se disseminou, mas as pessoas que dançavam eram consideradas suspeitas, efeminadas e mesmo perigosas pela aristocracia romana.
Cícero afirmou que a dança era um sinal de insanidade. O culto grego a Dioniso incluía a indução ao êxtase por meio de uma dança convulsiva e catártica. No Império Romano, transformaram-se nas festas orgiásticas de Baco, a princípio só para mulheres e realizadas durante três dias no ano. Embora secretos, tais cultos se disseminaram, passaram a incluir também os homens e chegaram a uma freqüência de cinco por mês. No ano 186 a.C., sob a alegação de obscenidade, foram proibidos e seus praticantes sofreram implacável perseguição, só comparável à movida contra os cristãos. Na verdade, seu caráter de sociedade secreta era ameaçador para o estado.
Por volta do ano 150 a.C., foi ordenado também o fechamento de todas as escolas de dança, o que não erradicou a prática: dançarinos e professores eram trazidos, em número cada vez maior, de outros países.

TEATRO

O teatro romano era inteiramente calcado na tradição grega. Seu declínio, que causou um vácuo de quatro séculos na produção teatral, parece ter sido mais significativo para a história da cultura ocidental do que sua própria existência. Uma incipiente tradição teatral, de influência etrusca, já existia na península itálica. No ano 240 a.C. foi apresentada pela primeira vez uma peça traduzida do grego durante os jogos romanos.
O primeiro autor teatral romano a produzir uma obra de qualidade, que estreou em 235 a.C., foi Cneu Nevius.
O teatro histórico foi a primeira criação original desse autor, que incorporou a suas peças, mordazes e francas, críticas à aristocracia romana, pelo que parece ter sido preso ou exilado. Talvez em vista dessas circunstâncias, seu sucessor, o grande poeta Quintus Enius, tenha adaptado seu talento às exigências do momento e se dedicou à tradução das tragédias gregas. A verdadeira comédia latina surgiu apenas no final do século II a.C. As representações teatrais eram parte do entretenimento gratuito oferecido nos festivais públicos.
Desde o início, no entanto, o teatro romano dependeu do gosto popular, de uma forma que nunca havia ocorrido na Grécia. Caso uma peça não agradasse ao público, o promotor do festival era obrigado a devolver parte do subsídio que recebera. Por isso, mesmo durante a república, havia certa ansiedade em oferecer à platéia algo que a agradasse, o que logo se comprovou ser o sensacional, o espetacular e o grosseiro.
Os imperadores romanos fizeram um uso cínico desse fato, provendo "pão e circo", segundo a famosa frase do satirista Juvenal, para que o povo se distraísse de suas miseráveis condições de vida. O grandioso Coliseu e outros anfiteatros espalhados por todo o império atestam o poder e a grandeza de Roma, mas não sua energia artística. Não há razões para crer que tais construções se destinavam a outra coisa que não espetáculos banais e degradantes. As arenas foram então totalmente ocupadas por gladiadores em combates mortais, feras espicaçadas até se fazerem em pedaços, cristãos cobertos de piche e usados como tochas humanas. Não é de se admirar que tanto os escritores como o público de outra índole passassem a considerar o teatro como manifestação indigna e aviltante.
Durante o período imperial, surgiram as tragédias para pequenos recintos privados ou para declamação sem encenação. São desse tipo as obras de Sêneca, filósofo estóico e principal conselheiro de Nero, as quais exerceram enorme influência durante o Renascimento, sobretudo na Inglaterra. Ainda durante a República, a mímica e a pantomima tornaram-se as formas teatrais mais populares. Baseadas nas improvisações e agilidade física dos atores, ofereciam ampla oportunidade para a audaciosa apresentação de cenas imorais e pornográficas. No tempo da perseguição aos cristãos, sob Nero e Domitianus, a fé cristã era ridicularizada. Depois do triunfo do cristianismo, as apresentações teatrais foram proibidas.
Ritual Romano (Rituale Romanum) era um manual para padres escrito em 1614. O livro trata de todos os rituais,batismo, eucaristia, casamento. O Exorcismo é tratado no capítulo 13, e apresenta uma visão que na época era inovadora, pois instruía os padres a verificar se era realmente um caso de possessão ou alguma doençamundana. Porém a ciência médica ainda era medieval e doenças físicas e mentais ainda eram consideradas como possessões como, por exemplo, as hoje diagnosticáveis: esquizofrenia, paranóia, distúrbio de múltipla personalidade, disfunções sexuais, histeria, e outras neuroses resultantes de obsessões e terrores da infância. O manual permaneceu inalterado até 1952, quando duas pequenas alterações no texto do ritual do exorcismo foram feitas.
Uma das sentenças dizia sintomas de possessão são sinais da presença do demônio” e foi alterada para “sintomas de possessão podem ser sinal de demônio”. A outra sentença original, referia à pessoas sofrendo de condições além da possessão demoníaca ou espiritual como “aqueles que sofrem de melancolia ou outras enfermidades”, e foi modificada para “aqueles que sofrem de enfermidades, particularmente enfermidades mentais”.
O ex-padre jesuíta e autoproclamado exorcista, Malachi Martin, diz que o exorcismo possuiestágios típicos:
• Presunção: Lúcifer esconde sua verdadeira face;
• Ponto Fraco: Lúcifer revela-se;
• Conflito: há uma disputa entre o exorcista e Lúcifer pela alma do possuído.
• Expulsão: a batalha é vencida pelo sacerdote, Lúcifer abandona o corpo do possuído.


MITOLOGIA ROMANA


A religião romana primitiva se modificou com pela incorporação de novas crenças em épocas posteriores, e por assimilação de grande parte da mitologia grega. A religião romana se consolidou antes de que começasse a tradição literária e os primeiros escritores que se ocuparam dela, desconheciam suas origens. Assim ocorreu com os "Fastos" do poeta Ovídio, que possuía grande influência dos modelos alexandrinos, que incorporavam crenças gregas para preencher os vazios da tradição romana.
O primeiro grande ancestral de todas as coisas romanas foi Eneas, um príncipe troiano que escapou do ataque de Tróia, passando também pelos legendários reis de Alba até os gêmeos Rômulo e Remo.
A religião romana se caracterizava por ser politeísta e antropomórfica. Os Deuses personificavam aspectos da natureza.
Entretanto, o ritual romano distinguia seus Deuses por classes: os "di indigetes" e  os "di novensides" ou "novensiles". Os primeiros eram Deuses nacionais protetores do Estado. O caráter dos "indigetes" e seus festivais mostra que o primitivo povo romano não era só uma comunidade agrícola, mas também praticava o combate e a guerra. Trinta dos deuses "di indigetes" eram venerados em festivais especiais. Os dias das festas se introduziram em um calendário. Na maioria dos casos, esses Deuses, considerados menores, tinham qualidades abstratas e não tinham correspondência exata com os Deuses gregos.
Entre eles, destacamos: Abundantia, Ann Perenna, Carmenta, Clementia, Corus, Dea Dia, Dea Tacita, Faustitas, Febris, Fides, Feronia, Honos, Fraus, Indivia, Jana, Juno, Lares, Lucina, Lupercus, Mefitis, Mena, Moneta, Naenia, Nundina, Orbona, Paventia, Pietras, Pomona, Porus, Pudicitia, Semonia, Statanus, Suedela, Vacuna, Vica Pota, Virtus, Vitumnus, Volumna.

  CONCEITO
Como todos os mitos e lendas antigas, a mitologia romana reúne crenças, rituais e outras práticas relacionadas com o sobrenatural, a partir de uma base cultural própria, nesse caso, desde o período lendário. No princípio da Idade Média, entretanto, a religião cristã absorveu as religiões do Império Romano.

OS SACERDOTES
Se distingue essa religião por seus ritos e por um numeroso grupo de sacerdotes encarregados deles. Esses sacerdotes formavam parte de associações chamadas colégios:
1. Os Pontífices: encarregados dos ritos.
2. As Vestais: encarregadas de manter acesa o fogo sagrado da Deusa Vesta, com voto de virgindade.
3. Os Augures: observando o vôo das aves, adivinhavam a vontade dos Deuses.

DEUSES DO POVO ROMANO
Se distingue claramente no ritual romano duas classes de Deuses:
INGIGETES: Trinta desses Deuses eram venerados em festivais especiais. Se trata de Deuses nacionais protetores do Estado. Os primeiros sacerdotes adquiriram esse nome, assim como as festividades fixas do calendário indicavam seus nomes e natureza.

NOVENSIDES OU NOVENSILES: O culto dessas divindades se introduziu no período histórico.
As primeiras divindades romanas incluíam numerosos Deuses, onde cada um protegia um tipo de atividade humana. Se invocava essa série de Deuses quando se tratava de relacionar uma atividade muito específica. No caso da colheita, um velho ritual acompanhava o ato de semear ou arar a terra. Em cada fase da operação (semear-colher) se invocada uma divindade diferente, cujo nome derivava regularmente do verbo correspondente ao ato que se realizava. Nesse caso se tratava de Deuses secundários ou subalternos a quem se invocava junto com as divindades maiores ou superiores.
O primitivo povo romano, como muitos outros, um povo de agricultores durante sua etapa lendária, também eram grandes guerreiros. Aqui há uma estreita relação entre os Deuses e as necessidades práticas da vida cotidiana.
Para os romanos, o mais sagrado era a casa e o fogo do lar. Cada casa tinha seus Deuses. Se realizava o culto aos Deuses protetores do campo e do lar, conhecidos como Lares; aos espíritos dos parentes mortos, denominados de Manes; aos Diparentes (alma dos antepassados); aos Penates (Deuses da família, protetores das provisões) e aos protetores da faculdade procriadora do homem, chamados de Gênios.
Sendo assim:
Janu e Vesta, guardavam as portas e o lar, enquanto que o Deus Lares protegia o campo e a casa; Pales, era responsável pelo gado; Saturno, pela semente; Ceres era a Deusa encarregada do crescimento dos cereias; Pomona, pelos frutos e Consus e Ops, das colheitas.
Júpiter, o majestoso e rei dos Deuses, era venerado por contribuir com suas chuvas para que a terra desse bons frutos. Se considerava que tinha o poder sobre o raio e estava encarregado de reger a atividade humana e, com seu poder total, protegia os romanos em suas atividades militares nas fronteiras de sua própria comunidade, que cada vez mais foi se ampliando.
Identificados entre si, nos primeiros tempos se sobressaíam os Deuses Marte e Quirino (fundador de Roma ou Rômulo, representando as pessoas comuns). Marte, por exemplo, protegia os jovens em suas atividades diárias, sobretudo quando essas eram realizadas durante a guerra. Era honrado em março e outubro. Já em tempos de Paz, Quirino era o protetor da comunidade, de acordo com novos estudos.
A cabeça do panteão mais antigo estada a tríada formada por Júpiter, Marte e Quirino, com as consortes Juno e Vesta. Os sacerdotes ou "flamines", responsáveis por seus cultos, pertenciam a hierarquia mais alta.
Nos primeiros tempos, esses Deuses tinham uma individualidade pouco definida, e suas estórias pessoais careciam de bodas e genealogias e, o que a diferencia da mitologia grega, é que os Deuses não atuavam como os mortais. Essa é a razão para não existirem muitos relatos sobre suas atividades.
O culto mais antigo se associava com Numa Pompilio, o segundo rei Lendário de Roma, cuja consorte e conselheira, Egéria, segundo se acreditava, era a Deusa romana das fontes e dos partos. Relacionada com ela, se adicionaram novos elementos em uma época relativamente posterior.
Houve outras incorporações importantes como a culto à Diana no monte Aventino e a introdução dos Livros Sibilinos. Essas são profecias sobre a história do mundo que, segundo o mito, obteve Tarquino no final do século VI a.C de Sibila de Cumas.

INCLUSÃO DE OUTRAS DIVINDADES
A expansão romana teve como conseqüência a aceitação dos Deuses nativos de seus vizinhos. Ao que parece, os romanos não tiveram nenhum problema para conduzir os Deuses recém assimilados para seus próprios templos. Mesmo quando a população e as cidades cresceram, aos estrangeiros ou conquistados, sempre foi permitido o culto de seus próprios Deuses. Graças a esse processo de assimilação cultural, Junto com Castor e Pólux, parecem haver contribuído ao panteão romano Diana, Minerva, Hércules, Vênus e outras divindades menores. Alguns ídolos eram romanos e outros procediam da vizinha Grécia.
Cibeles era considerada a primeira Deusa da religião oriental que chegou a Roma. Chegou junto com seu amante, Atis, pois se tratavam de um casal divino. Cibeles, chamada de "Grande Mãe", simbolizava a fertilidade e o poder da Natureza. O símbolo do culto de Cibeles era um meteorito negro. Nas cerimônias de seu culto, os fiéis eram borrifados com sangue de suas vítimas, que deviam purificar o homem e torná-lo imortal. Sem dúvida, trata-se de um ritual bem primitivo.
Do Irã, povo persa, chegou Mitra. Era um Deus-soldado. Mitra era considerado entre os persas como um intermediário entre as forças boas e más. Também há conotações de grande violência em seus ritos, pois os fiéis deviam ficar cobertos pelo sangue de um touro degolado. Era desse modo que o adepto se convertia em um soldado de Mitra, pois esse, no princípio do mundo, capturou um grande touro que o simbolizava e o sacrificou por ordem do Deus Sol.
As Deusas e Deuses gregos mais antropomorfos acabaram se identificando com as Deusas e Deuses romanos mais importantes com cujos atributos e mitos também se incorporaram.

FESTIVIDADES RELIGIOSAS
Os romanos aceitaram com boas graças a incorporação de novos Deuses procedentes de outras culturas e assim se refletia no calendário religioso romano. E assim foi feito, quando os povos conquistados também assimilaram os Deuses romanos. Houve, portanto, uma mescla entre conquistadores e conquistados.
Originalmente haviam poucas festividades romanas. Algumas das mais antigas sobreviveram até finais do Império pagão, preservando a memória da fertilidade e os ritos propiciatórios de um primitivo povo agrícola. A incorporação de novos Deuses e ritos incrementou o calendário religioso e chegou a ser tão excessivo em número de festas religiosas que ultrapassaram aos dias dedicados ao trabalho.
Entre as festividades religiosas romanas mais importantes figuravam as Saturnais, as Lupercais, a Equiria e os jogos Seculares.
As Saturnais se celebravam durante sete dias, de 17 a 23 de dezembro, durante o período em que começava o Solstício de Inverno. De grande importância eram essas festas, porque toda a atividade econômica se alterava: tudo se suspendia e os escravos ficavam livres, embora por um curto espaço de tempo. Predominava um ambiente de alegria e presentes eram trocados.
As Lupercais era uma antiga celebração na qual originalmente se honrava a Luperco, um Deus pastoril. A festividade se celebrava em 15 de fevereiro na gruta de Lupercal situada no monte Palatino. Aqui nos encontramos com a história de Rômulo e Remo (fundadores de Roma), que foram resgatados por uma loba das águas do rio Tibre e os amamentou. Os gêmeos tinham sido lançados ao rio para se afogarem pelo tio Amulius, que desejava ser o próximo governante.
Rômulo e Remo não se afogaram e foram encontrados por um pastor, Fausto (Fáustulo), que os levou para sua casa, onde acabou criando-os juntamente com sua mulher, chamada Aca Larentia. Quando tornaram-se adultos, o pai adotivo contou sua história e os gêmeos mataram o tio. Logo decidiram construir uma cidade nova junto ao rio Tibre. Rômulo escalou o monte Palatino e Remo o monte Aventino. Remo viu seis abutres e Rômulo viu doze. Rômulo reclamou aos Deuses para que o favorecessem e começou a arar um sulco para marcar os limites da cidade. Mas, levantou-se entre os irmãos uma grande disputa que terminou com a morte de Remo.
Retornando as festividades, a Equiria, por sua vez, era celebrada de 27 de fevereiro a 14 de março. Esse era um festival em honra ao Deus Marte. Fevereiro e Março apareciam como a época do ano em que se preparavam novas campanhas militares. Um dos sítios das celebrações era conhecido como Campo de Marte e era onde realizavam-se corridas de cavalos, que definiam claramente essa celebração.
Já os jogos Seculares incluíam espetáculos atléticos e sacrifícios. A festa era realizada em intervalos regulares, tradicionalmente só uma vez em cada "saeculum", século, porém essa tradição não era respeitada sempre.

TEMPLOS ROMANOS
Na religião romana teve muita importância a arquitetura do templo e o grande número de sítios para o culto. Aqui se reflete a receptividade da cidade romana a todas as religiões do mundo. Construído no Campo, o templo de Ísis e Serapis contemplou um estilo e materiais egípcios para albergar o culto helenizado da deidade egípcia Ísis. Essa é uma amostra da heterogeneidade dos monumentos religiosos romanos.
Os templos de Roma dignos de ser mencionados é o de Júpiter Capitolino e o Panteão. O templo de Júpiter Capitolino, no monte Capitolino, estava dedicado em 509 a. C. à Júpiter, Juno e Minerva. De estilo etrusco, foi construído à princípio sob essas diretrizes, porém logo foi reconstruído ou restaurado várias vezes durante o Império e destruído finalmente por vândalos em 455 d. C.

O Panteão foi construído entre 117 a 138 d.C. graças ao imperador Adriano. Se consagrou a todos os Deuses. Esse edifício foi substituído por um templo menor construído por Marco Agripa. Efectivamente, o seu nome está inscrito sobre o pórtico do edifício. Lê-se aí: M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIUM.FECIT, o que significa: "Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez cônsul".
Atualmente o Panteão é o monumento nacional mais importante da Itália. Esse templo se converteu em Igreja cristã em 607.
DECADÊNCIA DA RELIGIÃO ROMANA
Nos encontramos no princípio da decadência da religião romana a partir de uma translação das qualidades antropomórficas dos Deuses gregos à religião romana e, sobretudo, à influência e predomínio da filosofia grega entre os romanos cultos. Essa circunstância teve uma drástica conseqüência: o desinteresse pelos velhos ritos e tradições. De alguma forma, a decadência de uma religião vem a fortalecer outras. Sendo assim, no século I a. C. os ofícios sacerdotais antigos praticamente desapareceram.
Desinteressando-se cada vez mais pelo antigo, os patrícios (topo da pirâmide social, descendentes dos primeiros romanos) deixaram de crer nos ritos. Só houve uma continuidade por interesse político, entretanto a maioria da população se inclinou por abraçar ritos procedentes do estrangeiro. Só a elite sacerdotal continuou controlando os cargos do pontífice e de "augur", cargos sem dúvida, tipicamente político e muito cobiçados.
O aparecimento do Imperador Augusto propiciou uma reforma geral e a restauração do antigo sistema. Augusto assumiu, também, como o mais alto sacerdote de todas as ordens sacerdotais e como imperador, não hesitou em proclamar-se um ser divino. Essa nova religião, a da adoração de Augusto, floresceu e foi observada em todo o império durante a sua vida, e se seguiu com os imperadores Cláudio, Vespasiano e Tito. A partir de então, depois do reinado de Marco Coceyo Nerva (96-98 d. C.), muito poucos imperadores não receberam essa distinção.
Conclui-se assim, que a expansão dos romanos trouxe invariavelmente a adoção de novos ritos. O estrangeiro foi se impondo pouco a pouco e assim apareceu o mito da Deusa egípcia Ísis e do Deus persa Mitra, que em alguns aspectos era similar ao cristianismo.
Finalmente foi se impondo o cristianismo, passando a ser a religião oficialmente tolerada em Roma a partir do governo de Constantino o Grande, imperador do ano de 324 até 337.
Os cultos pagãos foram proibidos no ano 392, através de um edito do imperador Teodósio.

O QUE É ARTE?
Palavra de origem latina, "ars" significa técnica ou habilidade. Segundo o dicionário Houaiss, arte é a "produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da subjetividade humana".
Criação humana com valores estéticos (beleza, Equilíbrio, harmonia, revolta)
que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. 
É um conjunto de procedimentos que utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Se apresenta sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais), hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para comunicar-se. 
A arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.
Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, haja vista que algumas representações da arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais, como, por exemplo, a música que é capaz de nos fazer felizes quando estamos tristes. Ela funciona como uma distração para certos problemas, um modo de expressar o que sentimos aos diversos grupos da sociedade.

QUEM FAZ ARTE? 

O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas. 

POR QUE O MUNDO NECESSITA DE ARTE? 

Porque fazemos arte e para que a usamos é aquilo que chamamos de função da arte que pode ser ...feita para decorar o mundo... para espelhar o nosso mundo (naturalista)... para ajudar no dia-a-dia (utilitária)...para explicar e descrever a história...para ser usada na cura doenças... para ajuda a explorar o mundo. 

COMO ENTENDEMOS A ARTE? 

O que vemos quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e conhecimentos, da nossa disposição no momento, imaginação e daquilo que o artista pretendeu mostrar. 


O QUE É ESTILO? POR QUE ROTULAMOS OS ESTILOS DE ARTE? 

Estilo é como o trabalho se mostra, depois de o artista ter tomado suas decisões. Cada artista possui um estilo único. 
Imagine se todas as peças de arte feitas até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver quem fez o que, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores, costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. É um procedimento comum na arte ocidental. 
Ex.: Renascimento, Impressionismo, Cubismo, Surrealismo, etc. 


COMO CONSEGUIMOS VER AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO ATRAVÉS DA ARTE? 

Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde o como, desta maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender as mudanças que o mundo tiveram. 


COMO AS IDÉIAS SE ESPALHAM PELO MUNDO? 

Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às pessoas idéias de outras culturas. Os progresssos na tecnologia também difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham através da arqueologia , quando se descobrem objetos de outras civilizações; pela fotografia, a arte passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas internacionais de arte já tinham fotos; pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o mundo rapidamente, os estilos de arte podem ser observados, as teorias debatidas e as técnicas compartilhadas; pela imprensa, que foi inventada por Johann Guttenberg por volta de 1450, assim os livros e e arte podiam ser impressos e distribuídos em grande quantidade; pela internet, alguns artistas colocam suas obras em exposição e podemos pesquisá-las, bem como saber sobre outros estilos. 


FUNÇÕES DA ARTE

A preocupação com a arte é algo que vem acontecendo desde a Antiguidade. No entanto, foi só no século XX que a arte passou a ser valorizada por si, como objeto que possbilita uma experiência estética por seus valores intrínsecos. Dependendo do tipo de interesse, podemos distinguir 3 funções principais para a arte: a pragmática, a naturalista e a formalista.
Função pragmática ou utilitária – Segundo essa função, a arte serve como meio para se alcançar um fim não-artístico, não sendo valorizada por si mesma, mas por sua finalidade. Esses fins não-artísticos variam muito no decorrer da história. A partir desse ponto de vista, os critérios para se avaliar uma obra de arte são exteriores à obra: não interessa saber se a obra tem ou não qualidade estética, basta que se avalie, do ponto de vista moral, a finalidade à qual a obra serve. Esse é o critério moral. O outro é o critério da eficácia da obra em relação à sua finalidade, isto é, se a obra conseguiu atingir o objetivo a que se propôs.
Função naturalista – O interesse está mais voltado para o conteúdo da obra do que para seu modo de apresentação. Exemplo: os retratos. Os critérios de avaliação de uma obra de arte do ponto de vista da função naturalista são: a correção da representação, a inteireza ou integridade do assunto e o vigor da representação: ficamos convencidos da sua existência?
Função formalista – Visa a forma de apresentação a obra de arte. É o único dos interesses que se ocupa da obra de arte como tal e por motivos estéticos. Os critérios de avaliação desse do ponto de vista são tirados da própria obra, ou seja, os princípios e organização interna dos elementos que compõem uma obra de arte variam de acordo com cada novo projeto.

MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS 
           As acepções a respeito do que é arte podem variar de cultura para cultura. No entanto, estabelecendo uma breve síntese, a arte, tal qual é conceituada no mundo ocidental de hoje em dia, trata-se da busca e da realização de representações estéticas através do conjunto das atividades artísticas formado pela
 pintura, escultura, arquitetura, música, teatro, dança, cinema, fotografia, literatura, etc. 
           Em outras culturas, a arte pode tomar uma forma que inclusive pode vincular o estético ao objeto de fins utilitários, como ocorre em muitas tribos indígenas. Assim, a arte nas tribos está vinculada ao dia-a-dia da própria vida de seus membros integrantes.
 
           Independente da dificuldade de definição do que seja a arte, o fato é que ela está sempre presente na história humana, sendo inclusive um dos fatores que a diferenciam dos demais seres vivos.
 
            Além disso, a produção artística pode ser de grande ajuda para o estudo de um período ou de uma cultura particular por revelar valores do meio em que é produzida.
 
            Duas grandes tendências se alternam na história da arte: uma tendência mais naturalista, que parte da representação do mundo visível, e uma mais abstrata, que não nos remete a objetos ou figuras conhecidas, preferindo as linhas, cores e planos.
 
            Uma prova das oscilações dessas tendências pode ser dada pelo fato, por exemplo, da arte abstrata estar presente, tanto nas manifestações vanguardistas do século XX, quanto entre as produções de homens primitivos.
 
            A arte pode se utilizar de vários meios para sua manifestação. Nas artes visuais os mais conhecidos são a pintura, a escultura, o desenho, a escultura e as artes gráficas (gravura, tipografia e demais técnicas de impressão, inclusive a fotografia)

ATIVIDADE:
Represente em linguagem visual a música  abaixo: 
“Lindo Balão Mágico”
Guilherme Arantes 
Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou um cientista o meu papo é futurista é lunático
Eu vivo sempre no mundo da lua
Tenho alma de artista sou um gênio sonhador e romântico
Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou aventureiro e desde o meu primeiro passo no infinito
Eu vivo sempre no mundo da lua
Porque sou inteligente e se você quer vir com a gente venha que será um barato
Pegar carona nessa cauda de cometa, ver a via Láctea estrada tão bonita
Brincar de esconde,esconde numa nebulosa
Voltar pra casa nosso lindo balão azul.


Referencias bibliográficas
chicohistoriador.blogspot.com


magiadooriente.vilabol.uol.com.br



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