domingo, 26 de setembro de 2010

Acidentes com Abelhas - Vespas

Acidentes envolvendo abelhas não são raros em nosso meio, uma vez que é um hábito difundido entre a população visitar sítios, parques e cachoeiras, o que aumenta a probabilidade de encontrar colméias e perturbar as abelhas.

O grande problema reside no acidente envolvendo enxames, uma vez que a exposição a 300 a 500 picadas, de uma só vez, podem ser fatais para um adulto.
Porém, em indivíduos hipersensíveis, uma única picada pode desencadear reação anafilática e óbito.
Nem todas as espécies estão envolvidas em acidentes, sendo a maioria deles provocados pelas abelhas africanizadas, que são as mais agressivas, as mais comuns e com maior atividade enxameatória.

Identificação



A família Apidae se divide em três subfamílias: Anthophorinae, Xylocopinae e Apinae, sendo apenas a última de importância médica. A subfamília Apinae se divide em quatro tribos:
Euglossini: apresenta abelhas verdes metálicas, que vivem em pequenas colônias ou de forma solitária;
Bombini: também conhecidas como "mamangavas", que são grandes, robustas, com o corpo coberto de cerdas. Não atacam o homem, exceto se sua moradia, que se encontra em moitas ou ninhos abandonados, seja molestada. Esta espécie de abelha não perde o ferrão.
Melliponini: também não possuem ferrão, mas mordem a pele ou se enrolam nos pêlos dos braços ou nos cabelos, caso seu ninho seja molestado. Atacam em bandos. Nesta tribo encontramos a Trigona ruficus (irapuá, arapuá ou torce-cabelo), que é preta e brilhante e a Tetragonisca angustula (jataí), abelhinha pequena, comprida e amarelada, que produz mel de muito boa qualidade. Existem ainda outas espécies.
Apini: engloba a Apis mellifera (abelha européia) e a Apis mellifera adamsoni (abelha africana) que se misturaram e produziram um híbrido extremamente agressivo: abelha africanizada, que é responsável pela maior parte dos acidentes envolvendo abelhas que ocorrem no Brasil. Possuem faixas marrons que se alternam com amarelas no abdome. Se molestadas ficam furiosas, geralmente atacam em massa e perseguindo o inimigo por mais de 700 metros.
Abelhas do gênero Apis possuem ferrão formado por dois estiletes que possuem espinhos microscópicos voltados para trás e uma lanceta, a qual permite a inoculação do veneno enquanto os estiletes perfuram a pele.

Características do Veneno
 

O veneno contém vários componentes tóxicos: enzimas, grandes peptídios e pequenas moléculas.
Entre as enzimas encontramos a hialuronidase, que é fator propagador, uma vez que acelera a difusão do veneno através dos tecidos.
Existe também a fosfolipase, cuja ação é relacionada à destruição de fosfolipídios de membrana levando à lise celular.
A fosfolipase A, que é a mais ativa das fosfolipases conhecidas é encontrada no veneno das abelhas.
Entre os grandes peptídios encontramos o peptídio degranulador de mastócitos, que é o principal responsável pela intoxicação histamínica que ocorre nas fases iniciais do acidente. Promove a liberação de mediadores de mastócitos e basófilos, como histamina, serotonina, derivados dos ácidos araquidônico e fatores que atuam sobre plaquetas e eosinófilos.
A melitina é outro grande peptídio. Possui ação hemolítica direta, leva à ruptura do arranjo de fosfolipídios de membrana de grupos celulares, principalmente musculares esqueléticas. Possui ação sinérgica com a fosfolipase A2. Constitui 50% do peso do veneno seco.
Entre as pequenas moléculas citam-se a secarpina, tetrarpina e procamina, que parecem ser destituídas de toxicidade.
Aminas biogênicas como histamina, serotonina, dopamina e noradrenalina estão presentes em quantidades insuficientes para explicar a fisiopatologia do envenenamento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário